Monday, October 31, 2005

Impressoes- Mosaicos





Palacio dos Cavaleiros e Museu Arqueológico de Rodes.

Chocolate- Remédio para o coração?

Um editorial na revista The Lancet de 20 de Agosto pergunta se comer chocolate previne doenças cardiovasculares e cerebrovasculares ou se as calorias nele presente, bem como o alto teor de açúcar e gordura são mais prejudiciais do que benéficos.
Numerosos estudos sobre os efeitos dos flavonoides presentes no chocolate revelaram resultados conflituosos e não pode ser afirmado sem sombra de dúvida que o chocolate é bom para a saúde.
Os produtos ricos em flavonoides, tal como o vinho tinto e o chá, mostraram que elevadas doses destes constituintes (os flavonoides, não o vinho!... seus malucos!) poderão estar associados a uma redução do risco de doenças isquémicas e AVCs. O possivel papel do cacau é difícil de defenir. Os seus flavonoides pruduzem efeitos anti-oxidantes, reduzem a agregação plaquetária e aumentam a função endotelial. No entanto, há grandes variaçoes no conteúdo de flavonoides no chocolate, dependendo dos processos de fabrico.
Poucos produtos confeccionados com chocolate contêm doses de flavonoides capazes de conferir beneficios em termos de saúde. Nesse aspecto, o chocolate negro é provavelmente melhor do que o chocolate de leite e certamente melhor do que o chocolate branco. No entanto, produtos ricos em cacau precisam ser formulados e testados relativamente ao seu conteúdo em flavonoides antes de claros beneficios lhes serem atribuidos.
O consumo de chocolate é um bem conhecido (e amplamente usado) lenitivo para males de coração (devido as substancias "farmaco-dinamicas" nele presente, tais como a serotonina, a cafeina e a pheniletilamina que mesmo em quantidades muito modestas, conseguem aliviar as dores infligidas pelo maroto do Cupido. Será que agora também vai ser usado quando as coronárias começam a fazer sofrer o coração? estou mesmo a ver... daqui uns aninhos o Sr. António a entrar na Farmacia territorialmente competente e dizer... olhe, avie-me aí esta receitinha de chocolate, tres caixas...DAS GRANDES... e já agora, ponha um lacinho vermelho, se faz favor!

Sunday, October 30, 2005

Intimidades-Os sapatos

Quando ontem cheguei a casa com mais um par de sapatos e os mostrei ao Mr. Bib, ele revirou os olhos num esgar de horror. Ele odeia verde... mas tenho uma saia de seda que faz inveja a toda a população feminina com a qual, à falta de melhor, usava sapatos verdes. E a danada é tão linda que merece bem ter uns sapatos só para ela. Mr. Big, não querendo ser desagradável teceu um comentário neutro... you only have thirty pairs... não me venhas com essa conversa de gajo! respondi-lhe.
Porque será que os homens não compreendem a nossa fixação por sapatos? Pela vontade imperativa de os ter em todas as cores e feitios? É tão fácil de entender! É uma necessiadade INSCRITA NOS NOSSOS GENES! Assim como os homens têm um gene algures que lhes assegura que o lesbianismo não é homossexualidade. Tenho um amigo que diz, não é lesbianismo... é arte!
Pronto... a bem da paz entre os sexos eu proponho: os homens não tecem comentário manhosos quando compramos mais um par de sapatos... ou uma carteira... sim, porque os sapatos têm de ter uma carteira a condizer... mais um facto para os quais os homens não têm sensibilidade (o comentário do Mr. Big quando compro mais uma certeira é: e agora, onde é que vais arranjar espaço para mais esta?)... e as mulheres não tecem comentários quando os homens precisam do seu espaçozinho para ver duas meninas a... confraternizar.


Saturday, October 29, 2005

Virus das Aves- Noticias...

O virus das aves tem sido nos últimos tempos o ser mais publicitado nas notícias de todos os media. Preocupados com as ameaças deste novo terrorista, os investigadores do I&I aproveitaram o fim de semana para se dedicar à pesquisa. Após extenuantes investigações, conseguimos finalmente obter a prova que faltava... o Bird Laden, assim se chama o magano, em acção!!!! Nem mais, em exclusivo para o mundo, apresentamos o Bird Laden a ameaçar uma das aves mais famosas do planeta... reparem no seu ar ameaçador, nos olhos sanguinários, na atitude desumana... uma imagem vale mais que mil palavras...

Friday, October 28, 2005

Impressoes- Iluminaçao







Palácio dos Cavaleiros de Rodes.

Blogamigos!

Qual nao foi o meu espanto quando hoje, numa das minha visitinhas diárias ao Fado falado , verifico que o blogamigo RPS refrenciou o I&I na rubrica "Os Meus Blogues", fazendo uma descricao ultra-simpatica deste blog!
Ao RPS (e a todos os blogamigos que visitam o I&I) os meus sinceros agradecimentos!
Abracicos!

Thursday, October 27, 2005

O virus das Aves

- Ai, Manel, estou tao ralada... dizem que anda por ai um terrorista a matar a familia. Entao mas na há quem prenda o desgracado?...
- É o Vir Laden...Na te preocupes, Jaquina, ja enviei uns emilios aos primos... eles andam ja a procura do magano...

... nao esta no ar...

... nao esta na terra...


...na auga tambem num consigo be-lo...

Modernices...

Foto de Art Aro

Estará a ler o Impressoes? Seja o que for, parece satisfeito...

Em Mirandés...

Quatro quartas de pomiênta
An la tiênda de l rincon
L tendeiro nun stá an casa
La criada me la bendiu:
Me ajustei cun la criada
Porque ajustaba melhor.
Al cabo de nuôbe meses
La pomiênta rebentou...
Ten cuônta,
Ten cuônta,
Nun te pique la pomiênta...

Wednesday, October 26, 2005

Impressões de Viagem- Rodes



















Coisas do dia a dia

A vida na aldeia era feita de trabalho árduo, de sacrifícios indizíveis e de privações maiores que a alma. As pessoas viviam subjugadas por dois monstros que não as deixavam ser gente.
O corpo de um camponês não lhe pertencia. Era um empréstimo precário da terra . E todos os dias, desde o arrebol da aurora até que os últimos raios de sol se esgotavam de cansaço no firmamento, eles pagavam essa dívida, com o suor árduo dos dias intermináveis, com alegrias breves, com lágrimas de esperança ou de desapontamento, com o sangue, porque muitas vezes, pelos penhascos, em árvores possantes, se colocavam em posições precárias para não deixar nada, arriscavam a vida por muito pouco.
O espírito, mirrado pela ignorância, era dominado pelo peso de superstições e de medos fermentados no nevoeiro dos séculos, transmitidos por uma tradição oral fecunda e por um temor oblíquo às penas do Inferno.
Que podia uma alma a quem não era permitido questionar senão aceitar servilmente todos os dogmas e repetir as litanias ouvidas anos após anos? O Latim só tinha sido substituído pela língua materna poucos anos antes na prática litúrgica. Todos sabiam de cor os dizeres, podiam recitar numa ecolalia cega todas as partes da missa num latinório empenado, mas evidentemente não chegavam a digerir o significado das palavras. Ouviam as parábolas das Escrituras, as cartas aos Apóstolos, os sermões, por entre o sono que atentava, dizendo "amém" quando era para dizer, sentando-se, ajoelhando-se e levantando-se maquinalmente ou como resposta a cotovelada aguda de um vizinho mais atento. Mesmo com tudo dito em Português, duvido que entendessem a maior parte das palavras e dos ensinamentos que se pretendiam transmitir. A qualidade dos sermões era avaliada pela teatrealidade convincente do pregador, pelas pausas cheias de significado, pelo fervor arrebatado da descrição do mal e do bem, pela quantidade de palavras finas e sem significado mas que soavam como mel aos ouvidos empedernidos. Mas também, creio que a compreensão e a interiorização não importava muito, o mais importante era demonstrar aos outros, com a simples presença, que eram tão dignos do céu como outro qualquer. Assim repousava a consciência sob a sombra caridosa da benevolência divina.
(Quadro: A colheita, Silva Porto)

Tuesday, October 25, 2005

Sombra

O que é a nossa sombra? Apenas sombra?
A sombra precede-nos, denuncia-nos, teima irritantemente em tocar os espaços antes de os alcançarmos. Ou então persegue-nos inexoravelmente, tal vento em dias de tempestade, tal consciencia!...
Umas vezes ténue, esparsa e fluida como o éter de um sonho. Outras vezes definida, concreta e obtusa, quase um peso que nos puxa à terra, à realidade aguda da nossa materialidade.
Por vezes pequena e orbicular, rodeia-nos. Para depois se multiplicar em tantas outras, como se, possuída de uma obcessão acampta, tivesse que ser mais que uma para sorver tudo o que nos rodeia nas suas mil e uma variaçoes.
A sombra, será apenas a nossa sombra?

Monday, October 24, 2005

A Minha Galeria

O Peer, Eastbourne, Óleo sobre tela, (46cmx35cm), 2005

A resposta está nos genes

Actualmente o tratamento do cancro é realizado tendo em conta numerosas variáveis que poderão influenciar o desfecho do tratamento. Primeiro, são tidos em conta aspectos relacionados com o doente e com o grau de desenvolvimento da doença, depois é tida em conta a aficácia dos agentes e seus efeitos secundários, e finalmente os seus preços.
Para determinada patologia existe uma escala de tratamentos que vão sendo sucessivamente experimentados até ser encontrado um ao qual o doente responda. Normalmente começa-se pelo agente com o preço mais baixo que demonstrou ser eficaz no decurso de ensaios clinicos, e com um perfil de tolerabilidade mais positivo.
No entanto verifica-se uma grande variabilidade de resposta ao mesmo agente por doentes com a mesma patologia. Algumas pessoas respondem bem ao agente de primeira linha, enquanto outras tem de experimentar outros. Porque é que pessoas com o mesmo tipo de cancro apresentam respostas tao dispares ao mesmo tratamento? A resposta está nos genes.
Actualmente muita da investigação relacionada com o cancro centra-se precisamente neste aspecto. Tenho o prazer de contar entre os meus amigos Tim Crook, um dos mais proeminentes investigadores mundiais da Genética do cancro, e tenho por isso o privilégio de seguir muito de perto a investigação e os promissores resultados dos últimos dois anos. Tim lidera a equipa Cancer Genetics and Epigenetics Lab no Breakthough Cancer Research que investiga o papel de genes especificos na predição da doença e do desfecho clinico no cancro da mama.
O objectivo da equipa é ser cacaz de prever, através da “assinatura genética” de um cancro de uma determinada doente, a probabilidade de o cancro crescer agressivamente e a sua capacidade de se espalhar para areas distante (metastases); bem como o risco de recorrencia após tratamento (aparentemente eficaz) e a optimizacao da escolha dos agents quimioterápicos para o tratamento. Este último aspecto tem uma importancia vital, uma vez que, conforme resultados ja publicados (Exemplo), a expressao ou não de determinados genes implica que a doente responda bem ou seja resistente a determinado agente quimioterápico. Assim, em vez de tentar agentes sucessivos até obter uma resposta positiva, os médicos serão capazes de prever e usar desde o inicio os agentes que terão mais sucesso no tratamento da doença.

Sunday, October 23, 2005

Tempo

Afrodite, Museu Arqueológico de Rodes


...nada se perde... nada de ganha...

...
... e o tempo?


E O TEMPO?
...em que se tranforma?... para onde flui, para que veia? Que sofrida e iníqua alquimia domina e requeima os minutos que me fogem? Onde se acumula o vapor das horas que me consomem?... que oxidação dolorosa as corrói, quais os produtos da sua combustão? Dor alegrias memórias cansaços. Mas para onde vão? amores ausências ternuras saudades. Para onde?...

...que escultura medonha farás de mim, monstro baboso, serpe torpe, verdugo perverso e maldito?
DEIXA-ME. Deixa-me só e em mim.

Paciência...


... por vezes os meus fins de semana são assim... um grande obstáculo a transpor... mas não importa... pelo menos é fim de semana!!! E pode ser que, depois de me terem acordado com mais um problema para resolver, me deixem sossegada durante o resto do dia...

Saturday, October 22, 2005

Fim de semana...


... espinhoso. De prevenção. Não me dixam em paz...

Cantiga da Segada

À caça ia Dom Pedro,
A caçar com'o sol ia
Seus perros iam cansados,
ele também cansado ia.

Deitou-se a ua sombra,
Das mais altas que havia
La por meio da noite
Seus olhos deitou acima.

Viu na mesma sombra
u'a donzela qu'dormia
-O que faz ai a donzela,
O que faz ai a menina?

-Estou a cumprir u'a promessa
Que m'a deu minha madrinha.
Hoje acaba o ano,
Amanhã começa o dia.

-Quer vir a donzela
Em minha companhia?
-Olhai se eu quero,
Olhai se eu quereria.

Montou-a em seu cavalo
E p'ra casa se dirigia.
Por o meio do caminho
Deu-lhe tamanha risa.

- Porque se ri a donzela,
Porque se ri a menina?
-Rio-me do cavaleiro
e da sua cobardia,
De me encontar no monte
e guardar-me com 'desia.

-Volta atrás ó meu cavalo
Que a espora vai perdida!...
-Volta a frente ó cavaleiro,
que se a espora era de prata,
Meu pai d'ouro t'a daria.

-E quem é esse teu pai
que tanto ouro tenia?
- Meu pai é o rei de Castela,
Minha mae, Dona Maria.
-Por sinais que me vais dando,
Tu és una irmana mia!...

-Abra a porta minha mãe,
Abra-a com mu'ta alegria,
Entendia trazer mulher,
E trago una irmana mia.

- Se é minha filha,
Suba até a cozinha,
Sé é minha nora,
Parta pão e va-se embora!

(Rocolhida em Carção)

Friday, October 21, 2005

Vais a pé?...


...eu estou mui cansadico, e é fim de semana, vou beber uns canecos. Por isso, vou esperar pelo meu "chofeur"...

BOM FIM DE SEMANA A TODOS!
Eu estarei a trabalhar amanhã e de prevenção todo o fim de semana... por isso não sei como será!

Ser gente

Não sei quando soube que era uma pessoa. Quando começamos verdadeiramente a ser gente? Quando se inicia no nosso pensamento o turbilhão agudo dos sentimentos, da consciência do nosso corpo, do que nos rodeia e nos questionamos sobre o nosso papel na realidade? Ou quando se nos revela a maravilha da identidade própria e do colectivo de que fazemos parte, de uma verdade que nos antecede?... ou talvez quando iniciamos a dolorosa negação das regras instituídas e fermentamos intrinsecamente ordens lógicas para as coisas, para as relações entre elas e do que está para além. Não sei. Um dia não sei como encontrei-me e vi-me a ser qualquer coisa, a pensar, a sentir, a ter consciência, opinião e poder sobre o mundo, vi-me a ser gente e gostei.

Continua a ser verdade!...

Thursday, October 20, 2005

Carçao: Judeus e Cabrões

A sociedade dividia-se em dois grandes grupos: os Cabrões e os Judeus. Os primeiros eram tradicionalmente agricultores e viviam sobretudo no centro da aldeia, concentrados à volta da Igreja. Os Judeus constituíam um grupo heterogéneo que incluía comerciantes e prestadores de outros serviços (sapateiros, taberneiros, ferradores, barbeiros, etc). O nome era apenas um eco distante do passado, de quando os Judeus perseguidos se refugiaram pelas aldeias recônditas porque não se mantinha nenhuma tradição relacionada com a religião judaica. De qualquer modo, cada grupo considerava uma ofensa pertencer ao outro e disparava o insulto, acrescido de vernáculos floreados, sempre que a ocasião se proporcionava.
Nós éramos, por tradição, "Judeus". O meu avô era um sapateiro-taberneiro pobre. O ofício de sapateiro era uma arte de família, passada de geração em geração, que ele também tentou transmitir aos filhos. O tio Albino em Santulhão e o meu pai na aldeia exerciam a profissão, remendando sapatos ou fazendo botas, sapatos e sandálias.
A mesa do ofício era uma banca tosca repleta de ferramentas, moldes de couro, pregos, brochas de diversos tamanhos, pez, graxa, sobelas, atilhos, linha espessa e encerada. A linha vinha em novelos com uma figurinha sobre um fundo vermelho num dos lados à qual o meu pai chamava a “Santica do Codilho” e que servia de paga para as mais variadas tarefas. Quando ele precisava de alguma coisa dizia, vai lá chamar sicrano que eu guardo-te a santica do codilho. Não sei qual a importância da figurinha, porque era tão essencial obtê-la ou mesmo para que a usava. Talvez o facto de o meu pai ser o único sapateiro e consequentemente eu a única a poder obter tão precioso bem. Guardava religiosamente as santicas e exibia-as perante os outros com satisfação e orgulho antes de se perderem nos bolsos das calças na lavagem seguinte.
À volta da mesa distribuíam-se os moldes de madeira em variados tamanhos e os diversos materiais, solas de borracha já prontas a ser usadas ou couro rijo e espesso onde se colocava o molde e cortava o tamanho adequado da planta do pé, cabedal curtido, mais fino para a parte superior, em preto ou castanho para responder aos gostos dos fregueses.
A taberna, que eu já nao conheci, não passava de um rés-do-chão mal iluminado, com chão de terra batida e uma arca velha a servir de balcão. Os clientes bebiam o vinho ou a aguardente pelos poucos copos disponíveis que eram depois enxaguados na água dum recipiente espanhol.

Wednesday, October 19, 2005


Ó pssst, ó menina! Ó mamas lindas, aqui! Vira para aqui!

Não? ...convencidona! agora é tarde demais... vamos ver aquela ali...

Objectivos de Desenvolvimento do Milenio

Objectivos de Desenvolvimento do Milénio das Naçoes Unidas (UN MDG), até 2015
1. Erradicação da pobreza extrema e da fome
2. Atingir a educação primaria universal
3. Promover a igualdade entre os sexos e a emancipção da mulher
4. Redução da mortalidade infantila
5. Melhorar a saúde materna
6. Combater o HIV/AIDS
7. Assegurar a sustentabilidade ambiental
8. Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento.

Estes objectivos sao inequiocamente nobres mas sera que são realistas? Salvo respeito por opinioes contrarias, e que é muito, a mim parece-me mais uma utopia malabarista para lenitivo das consciencias dos paises mais prosperos.
Dois pontos me merecem especial consideração.
O primeiro, a erradicação da pobreza extrema e da fome. A Maria Heli, no Amor e Ocio refere que em Portugal existem 2 milhoes de pessoas em situação de pobreza. Nos Estados Unidos, o furacao Katrina revelou a miséria em que as pessoas vivem num dos paises mais ricos do mundo. Apenas dois exemplos. Se não somos capazes de resolver a situação da pobreza dentro das nossas portas, como resolveremos a do mundo, especialmente em regioes sem um minimo de condiçoes ou de infraestruturas, em paises em que a seca extrema, a guerra ou os interesses de paises e multinacionais poderosissimas grassam?

O sexto, o combate ao HIV/AIDS. É pena que apenas esta doença esteja contemplada nos objectivos do milenio. As doenças crónicas representam uma enorme proporção da doença humana. Nesta categoria estao incluidas as doenças cardiovasculares (30% das mortes projectadas para 2005 no mundo inteiro), cancro (13%), doenças respiratorias cronicas(7%) e diabetes (2%). Dois factores principais contribuem para estas doenças e representam a chave principal para qualquer estratégia de controlo: o uso do tabaco e a obesidade. E ao contrario do que se pensa, estas doenças nao são exclusivas de naçoes ricas. As doenças crónicas são um problema maior em naçoes com poucos recursos.
Curiosamente, a redução do numero de mortes devidas a doencas crónicas em “apenas” 2% anualmente, evitaria a morte de 36 milhoes de pessoas ate 2015! Muitos especialistas temem que os ganhos verificados pela redução das doenças infecciosas de dilua a medida que uma onda de doenças evitaveis com uma prevenção eficaz mata pessoas no mundo inteiro.

Tuesday, October 18, 2005

Terá morrido...

Lindos, Acrópolis

... de solidão?

Ao fundo o templo de Diana. Os deuses parecem ausentes desta paisagem. Um corpo cansado, desgastado pelo tempo e pelo clima ergue os membros ao céu como uma súplica. Que força terá feito esta árvore crescer no meio de um campo de memórias petrificadas e que ausência a fez desistir de continuar a viver?
Fez-me pensar na nossa Humanidade... porque será que podemos sentir a mais acutilante solidão no meio de uma multidão e no entanto, por vezes, podemos sentir conforto e a mais louca das felicidades mesmo estando sós? O que constrói a solidão?... o que está dentro ou fora de nós?

Monday, October 17, 2005

Novas vacinas- novas armas na luta contra o cancro

(Meninas, por favor, leiam pelo menos os ùltimos dois parágrafos!!!!!)

Durante este mês (apesar de estar de férias) assisti com entusiasmo às últimas notícias referentes à vacina contra o HPV e os resultados positivos na prevenção contra o cancro do colo do útero.
Duas companhias farmacêuticas, a Merck e a GlaxoSmithKline apresentaram os promissores resultados da fase III dos estudos clínicos (com a participacção de milhares de mulheres) com as respectivas vacinas.

O HPV (Human Papillomavirus) transmite-se por contacto durante actividades sexuais. Algumas estirpes deste vírus comum (por exemplo, nos EUA, calcula-se que cerca de metade da popullação sexualmente activa está infectada) são a causa das verrugas anais e genitais. Algumas estirpes são carcinogénicas, estão relacionadas com o cancro do colo do útero e causam cerca de 300000 mortes anualmente em todo o mundo.
Testes moleculares revelaram que todos estes casos estão relacionados com a infecção persistente com as estirpes carcinogénicas do HPV. A infecção com o HPV não implica necessariamente a ocerrência de cancro. Na verdade, cerca de 90% das pessoas infectados com o vírus eliminam-no em cerca de 6 a 24 meses e as lesões provocadas desaparecem. No entanto, a infecção persistente com as estirpes carcinogénicas podem ter graves efeitos numa pequena proporção dos casos. Homens e mulheres infectados analmente correm o risco de desenvolver cancro anal assim como as mulheres com infecção cervical correm o risco de desenvolver cancro do colo do útero.
O HPV esta também relacionado com o HIV. Apesar de haver poucos estudos sobre o assunto, é unanimemente aceite que a infecção activa – e certas lesões com ela relacionadas- tornam as pessoas mais vulneráveis a adquirir HIV. O HPV poderá também aumentar os níveis de HIV, e tal será outro dos mecanismos pelos quais promove a transmissao do HIV.

O Cervarix® da Glaxo inclui apenas as estirpes 16 e 18 do HPV que sao responsáveis por 70% dos casos malignos. Planeia comercializar a vacina exclusivamente para mulheres, como agente preventivo do cancro. A companhia reinvindica que não seria financeiramente positivo vacinar homens a não conduziu quaisquer estudos em homens ou em cancro anal.
A versao da Merck, o Gardasil®, além das estirpes 16 e 18, inclui ainda as estirpes 6 e 11. Estas últimas duas estirpes estão implicadas em 90% das verrugas genitais. Os estudos da Merck incluem 4000 homens e contemplam o cancro anal.
Em qualquer dos casos os resultados sao muito promissores. Os estudos iniciais de eficácia para ambas as vacinas revelam que esta é cerca de 100% na prevenção de lesões pré-cancerosas do colo do útero numa avaliação a curto prazo – cerca de 36 semanas.

Ambas as companhias esperam obter a licenca de comercialização das respectivas vacinas no próximo ano. Uma vez aprovadas, as vacinas serao administradas a pre-adolescentes que ainda nao tiveram contactos sexuais.

O teste que indica a presença do HPV é super rápido, eficaz (embora possa indicar alguns falsos positivos) e se estiverem relaxadas, posso dizê-lo, praticamente indolor. Por isso, meninas, pela vossa saudinha, falem com o vosso médico, marquem um desses exames. Se estiverem apreensivas, olhem, pensem em coisas positivas, nos olhos das vossas crianças, a última vez que receberam flores, aquele jantarzinho à luz das velas, ou aquela malinha Gucci que tanto gostariam de ter... ou no campeonato nacional se isso vos faz vibrar...podem ainda pensar no exemplar masculino da vossa preferência, sei lá, o Brad ou o Cloney... vão ver que não custa nada!
E lembrem-se, quando diagnosticado a tempo, o cancro do colo do útero tem muito bom prognóstico!

Reflexos e Transparencias







Saturday, October 15, 2005

Calendarios

Impressões: Lindos

Lindos, a cidade onde ficamos, situa-se no sul de Rodes. Habitada desde cerca de 3000 AC, é um local histórico protegido e é um dos lugares mais visitados da ilha. As muralhas foram construídas pelos Cavaleiros de Rodes no Séc. XIII, e no seu interior pode visitar-se a Acrópolis (reportagem fotográfica num post seguinte).






Praia de Pállas, na baía que fica em fronte de Lindos.


A segunda baía de Lindos porta o nome de um dos Apóstolos, S. Paulo. Teria sido aí que aquele teria desembarcado em 43 DC, trazendo o Cristianismo a Rodes.






O tráfego automóvel é proibido na parte central de Lindos (na verdade, as ruas estreitas impedem que um veículo circule). Por isso, os táxis disponíveis têm quatro patas... os burros. Esta é uma das estações de burros de aluguer, logo à entrada. E que úteis que eles são... principlamente para chegar à Acropolis por caminhos ingremes e sem alfalto.









A caminho da Acrópolis...