O Folar
Por esta altura fazia-se o Folar. O Folar era uma espécie de bola de carne feita de massa finta que se obtinha adicionando ovos e azeite à massa do pão. Depois de obtida a massa, esta era acomodada em recipientes distribuída em camadas intercaladas com chouriço, salpicão e presunto. Mãe Joaquina levantava-se de madrugada para misturar cuidadosamente por ordem rigorosamente estabelecida os diferentes ingredientes. O amassado obtido era muito exigente, tinha de ser preservado de todas as correntes de ar, cuidadosamente agasalhado em diversas camadas de cobertores e mantido perto de uma fonte permanente de calor.
Quando eu me levantava, já a massa levedara e aguardava a transferência para os recipientes onde iria ao forno. As formas untavam-se com banha de porco, e nelas se colocava a massa em camadas intercaladas com os enchidos e o presunto cortados em pedaços adequados. A terminar, untava-se o topo da massa com ovo batido para que a bola se revestisse de uma camada brilhante e estaladiça.
As quantidades dos ingredientes originais eram arbitrárias dependendo das pessoas e do que estava disponível. A ordem por que eram adicionados a até o vigor relativo com que a massa era batida condicionava o resultado final. Era também importante, aliás como para o pão, benzer o forno de lenha e a massa com a oração “Cresça o pão no forno e a Paz pelo mundo todo, e quem ganhou este, que Deus lhe dê saúde para ganhar outro. Nossa senhora te cresça e esfloresça, São Vicente te acresceste e São João te faça bom pão. À honra da Deus e da Virgem Maria um Padre Nosso e uma Ave Maria”. Se não fosse Sexta-feira Santa, dia em o consumo de carne era totalmente proibido, um dos folares era imediatamente “encertado” mal saía do forno para tirar as dúvidas. Era quando o folar sabia melhor, ao sair do forno, fumegante, hidratado, fofo e o interior untado pela gordura dos enchidos.
Como iguarias doces faziam-se os “enconómicos”, pequenos doces cónicos, e as “rosquilhas”, em forma de aro, duras como calhaus. Confeccionados a partir da mesma massa base, feita de farinha, ovos e açúcar, aos primeiros adicionava-se aguardente e às rosquilhas quantidades adicionais de farinha.
Depois de obtida a massa, moldavam-se os pequenos doces e levavam-se ao forno em latas untadas com toucinho até obterem um tom tostado. Também com estes doces as quantidades eram calculadas “a olho por cento” e o resultado obtido de qualidade variável.
Acondicionados em condições propícias, os “enconómicos” e as rosquilhas mantinham-se por bastante tempo depois da Páscoa.
Meus lindos, tenham uns bons feriados!... quem os tiver, que eu hoje estive a trabalhar... e estarei, até Terça-feira.
As quantidades dos ingredientes originais eram arbitrárias dependendo das pessoas e do que estava disponível. A ordem por que eram adicionados a até o vigor relativo com que a massa era batida condicionava o resultado final. Era também importante, aliás como para o pão, benzer o forno de lenha e a massa com a oração “Cresça o pão no forno e a Paz pelo mundo todo, e quem ganhou este, que Deus lhe dê saúde para ganhar outro. Nossa senhora te cresça e esfloresça, São Vicente te acresceste e São João te faça bom pão. À honra da Deus e da Virgem Maria um Padre Nosso e uma Ave Maria”. Se não fosse Sexta-feira Santa, dia em o consumo de carne era totalmente proibido, um dos folares era imediatamente “encertado” mal saía do forno para tirar as dúvidas. Era quando o folar sabia melhor, ao sair do forno, fumegante, hidratado, fofo e o interior untado pela gordura dos enchidos.
Como iguarias doces faziam-se os “enconómicos”, pequenos doces cónicos, e as “rosquilhas”, em forma de aro, duras como calhaus. Confeccionados a partir da mesma massa base, feita de farinha, ovos e açúcar, aos primeiros adicionava-se aguardente e às rosquilhas quantidades adicionais de farinha.
Depois de obtida a massa, moldavam-se os pequenos doces e levavam-se ao forno em latas untadas com toucinho até obterem um tom tostado. Também com estes doces as quantidades eram calculadas “a olho por cento” e o resultado obtido de qualidade variável.
Acondicionados em condições propícias, os “enconómicos” e as rosquilhas mantinham-se por bastante tempo depois da Páscoa.
Meus lindos, tenham uns bons feriados!... quem os tiver, que eu hoje estive a trabalhar... e estarei, até Terça-feira.
10 Comments:
Que imagem tão apetitosa Rosário!
Posso servir-me de um pouquinho desse folar?
Beijito
Pé de Salsa
Beijinhos pra ti, Rosário
que dás aqui cada lição...!
Páscoa Feliz, Rosário!
Uma bela Páscoa querida Rosário!!
Bjs
Eu hoje, tambem tenho de trabalhar, férias a serio, só para Deputedos, peço desculpa Deputados.
Bom agora essa do Folar, é que já me abriu o apetite, olhei para a foto, e parece que o cheiro paira no ar.
Quando era míudo, tambem havia, uns biscoitos que se chamavam argolas (aros), eram tão tostados no forno que até o buraco era duro, mas era o que havia.
Continuação de boa Pascoa
JMC
Este texto abre o apetite a qualquer um. Nem é tanto pelas imagens, é pelo aroma das palavras.
Um grande beijo e um trabalhito leve.
Entre tanta bela iguaria transmontana, nunca entendi o culto de dois produtos: jerupiga e este folar.
Boa Páscoa, mesmo longe e a dar no duro.
gostei de ler
já vi, já comi, mas aqui na ilha não fazemos folares, sabias?
jocas maradas
Um ovo, dois ovos, três ovos assim !
Coelhinho da Páscoa, que cor eles têm ?
Azul, amarelo e vermelho também !
Azul, amarelo e vermelho também !
Coelhinho da Páscoa, com quem vais dançar?
Com esta menina que sabe cantar !
Boa tarde Rosário, um bom domingo.
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