Matanca do porco II
Depois de limpo, o porco era suspenso de cabeça para baixo, por meio de uma roldana ou apenas por estacas de madeira. O frio áspero retesava as carnes durante a noite.
No dia seguinte, com a carne enxuta e hirta, procedia-se ao desmanche do animal. Também aqui era dado destino às diferentes partes, presuntos para a salga, costelas para serem fumadas, cabeça para as alheiras, lombos para os salpicões, ossos da coluna e rabo para os butelos, retalhos para os chouriços, sobras para os chabianos.
No dia seguinte, com a carne enxuta e hirta, procedia-se ao desmanche do animal. Também aqui era dado destino às diferentes partes, presuntos para a salga, costelas para serem fumadas, cabeça para as alheiras, lombos para os salpicões, ossos da coluna e rabo para os butelos, retalhos para os chouriços, sobras para os chabianos.
Havia muito pouco que se não se aproveitasse. Nós não tínhamos o hábito de comer o toucinho mas era normal na maioria das outras casas nem isso escapar. De qualquer modo, guardavam-se os pedaços mais incomestíveis, ou a provisão do ano passado, que entretanto se tornara rançosa, para fazer sabão. Cortava-se o toucinho em pedacinhos, juntava-se soda cáustica e outros ingredientes, e o processo de saponificacao carcomia a gordura e transformava-a num sabao muito branco e com um odor caracteristico.
A gordura do abdómen que protege as vísceras, à qual se dava o nome de “unto”, depois de retesada pela acção do frio de uns dois dias, era cortada em pedaços e fervida. Assim se obtinha a banha que depois se usava para cozinhar durante o resto do ano.
As diferentes partes de carne eram cortadas convenientemente tendo em conta a sua finalidade. Eram então mantidas em água salgada e aromatizada com tomilho, orégãos, louro e muitos alhos, durante dois ou três dias até tomarem o sal. Durante esse tempo, os almoços e jantares consistiam invariavelmente de carne de porco assada. Era uma carne perfumada, suculenta e muito tenra que pingava abundantemente para as brasas e se desfazia na boca com pouco esforço.
As diferentes partes de carne eram cortadas convenientemente tendo em conta a sua finalidade. Eram então mantidas em água salgada e aromatizada com tomilho, orégãos, louro e muitos alhos, durante dois ou três dias até tomarem o sal. Durante esse tempo, os almoços e jantares consistiam invariavelmente de carne de porco assada. Era uma carne perfumada, suculenta e muito tenra que pingava abundantemente para as brasas e se desfazia na boca com pouco esforço.
9 Comments:
Gostei da forma como aborda o tema, bem detalhado e sem ser longo.
Continuo a ler com interesse... o pior é o apetite!
Ó Rosário, o deumus, no meu blogue, só põe carinais...tá male!!
Quanto ao Porco, já ia uma morcela no forno com muito azeite e alho, batatas assadas e cortadas às rodelas grossas, à moda beirã.
nham nham.
Beijico!
Deumus,
Eu ca pessoalmente nao tenho deuses nem senhores, chamem-se eles satanas, jeova, ala ou o que quer que seja. SOU LIVRE, sou muito minha e nao vergo a amo nenhum!...
Cada um escolhe os seus deuses... eu acho piada aos gregos... mas nao os venero! No máximo, vou com eles as putas e bebo uns canecos com eles... por isso sao tao tao interessantes!
Abracicos!
Ai que saudades, Rosarita! Até me fazes crescer água na boca!;)
Olá Rosarita, cada terra tem seu uso aqui no Minho é um pouco diferente, a os fins dados ás carnes, por exemplo a cabeça era salgada, dava para os cozidos á portuguesa. Muitas outras coisas que falas aqui se processa de forma diferente. Beijos
Frog,
Nao conhecia esta!!!! Uma pérola. Vou posta-la se nao te importas!
E tu, vais a carcao a buscar uns choiricicos?
Abracicos!
... eu aqui, so se a carreira tuber asicas!...
Mas sabes do que tenho mais saudades? Do pao... ai o paozico de carcao, como me sabem aquelas codechicas!!!!! Quando la bou, ando dois dias quase so a pao e a caldico de coibes... para matar as saudades!
Abracicos!
Eu estou de acordo - a Rosário e a Outra Voz falam em mirandês e nós vamos aprendendo alguma coisa.
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