Tuesday, October 31, 2006

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(Wscott)

...eu só sei que odeio ter de ligar as luzes do carro quando vou para, ao sair do trabalho! Sabem que mais? quem me dera cá o dia de Santa Luzia...

L die de Santa Luzie
minga la noche i crece l die.

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Sunday, October 29, 2006

Horas


(Cézanne)

Pronto, é oficial... começou a época das trevas e das depressões sazonais. Não sei porquê, nem se há uma razão válida para atalhar as horas... dizem que terá sido feito durante as Guerras Mundiais para tentar poupar combustivel na iluminação e mais não sei o quê. Não me convenço... e aceito mas sob protesto!
...talvez para tentar disfarçar as horas escuras, hoje aqui esteve sol, um desses sois mortiços de Inverno, com uma claridade parda. Agradável, até andei de manga curta na rua.
Pinto um pouco, Delilah, a gata, senta-se ao meu colo e segue atenta os movimentos do pincel, aguardando uma oportunidade em que se aproxime o suficiente para lhe roer a extremidade. É a maneira dela de faze uns borrões e umas manchas originais nas pinturas...

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Friday, October 27, 2006

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(Freud)


Pela janela via a pulsação das artérias da cidade desvanecer-se lentamente como se alguma veia profunda tivesse sido aberta e todo o movimento se dirigisse irremediavelmente ao local secreto da hemorragia. O vidro duplo teimava em reflectir a imagem dele e a dela. Forçou as iris a focarem outra coisa qualquer, que não via.
- A verdade é que não tenho talento para viver. Na verdade, eu não sei viver. Algures no passado devia ter alicerçado a minha vida e não o fiz. Devia ter reunido os átomos e as regras que regem a construção do infinito ou uma merda assim- sorriu-... e composto uma coisa qualquer que me permitisse ser gente. Mas não!... Não sei que estranha ocupação, que ébrio vapor me impediu de o fazer. Por isso, hoje sou apenas uma sombra. Os meus nervos apenas sentem o que está no limiar do mundo sensivel...
(A Arte do (Im)Possivel)

Thursday, October 26, 2006

Alguém...

(Leighton)


...consegue lançar uma luzes sobre o que se passa por aqui? A barra lateral deslizou para o fundo da página e eu, com os meus reduzidos conhecimentos nestas andanças, não consigo ver no template alteração nenhuma que o justifique... mistérios.

Wednesday, October 25, 2006

CONVITE


...este é o convite para a exposição em Londres. Claro que ainda não indiquei quais os quadros que pretendo expor (tenho de de enviar a lista HOJE!!!!) e por isso nenhum consta do convite. Não tenho paciencia nenhuma para estas coisas... espero que a experiência seja enriquecedora para ver se me habituo...

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Monday, October 23, 2006

La Bicha (Mirandés)



(Nieto)

Indo you mie sierra arriba
Delantre de l miu ganado
Repicando lo caldeiro
Remendando l miu çamarro
Aparcírun-me siete lhobos
Todos siete na niada
Trazien ua lhoba no meio
Que era mais linda q'a parda.
Tirórun-me ua cordeira branca
Filha dua oubeilha negra
I filha de l melhor maron
Que se passiaba na sierra.
Arriba, arriba, cachorros,
Abaixo, perra gudiana!...
Se m'agarrardes la lhoba
La cena tenereis ganha.
I se nun me l'agarrardes
Cula caiata cenais.
I siete léguas an corrida (han corrido?)
Los mius perros por arada
I al fin de las siete léguas
La lhoba staba cansada.
I toma perro la cordeira,
Lhieba-la pa la piara.
I nun te quiero la cordeira
Que la tenes desfolhada.
I só te quiero la tue çamarra
Para fazer ua albarda.
Toma, pastor, la cordeira
Lhieba-la pa la piara
Porque perros cumo ls tous
Nun los ten lo Rei de Spanha.

[Conhecido também, em Terras de Miranda, pelo nome de "La Bicha"... costuma ser tocado e/ou cantada no campo enquanto se apascenta o rebanho ou no terreiro da aldeia em dias festivos", in "Cantos da la nuôssa tiêrra. Malhadas. Miranda de'l Douro", ed. Sons da Terra. Cantos Tradicionais, 4.]

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Sunday, October 22, 2006

Impressões





... as cores dos dias.

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Friday, October 20, 2006

A Minha Galeria


Coimbra em Geometria e Cores II, Óleo sobre tela, 1997

...bem sei. coimbra outra vez. obcessão (?!). talvez. hei-de dar-lhe tantas expressões que hei-se gastar-lhe o rosto. talvez então se desvaneça o encanto, o que arde na despedida e que lateja sempre, depois...

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Thursday, October 19, 2006

Crianças

(Foto da net)


Em resposta a um desafio lançado pelo bom Alquimista porque é muito importante e porque é responsabilidade de todos nós...


Há vinte anos...

Eram putos reguilas e atrevidos, de modos rudes, endurecidos por todo o tipo de privações, a pele curtida pelo sol e pelo frio. Usavam uma linguagem vernácula e agressiva, com uma terminologia soes, trazida de casa e das ruas, e cujo significado não podiam perceber. Muitos nasciam como coelhos selvagens, eram feitos e paridos pelos montes, desmamados à pressa e entregues aos cuidados do acaso. Conheciam os caminhos dos montes, as tocas dos lobos, as árvores e os penedos onde os pássaros nidificavam e os seus chamamentos, sabiam de cor os locais do rio a evitar. Sabiam como caçar coelhos bravos e perdizes, usavam fisgas e espingardas de pressão de ar para matar pardais, no rio pescavam peixes e caranguejos.
Logo que possível eram-lhes entregues responsabilidades e trabalhos de adultos, tratar dos animais, levar as ovelhas, as cabras e as vacas para os montes, apascentá-los antes da escola, ir recolhê-los depois das aulas, escavar a terra, arar. Tinham olhos agudos entalados em rostos angulosos, as narinas sempre muito encieiradas e obstruídas por um ranho esverdeado e muito espesso que limpavam à manga da camisola. Envolviam-se frequentemente em rixas provocadas por disse que disse e por complicados jogos de aferição de forças, comandados pelo instinto primordial da sobrevivência do mais apto.
Quais eram os nossos sonhos? Pertencíamos a uma geração perdida entre um passado marcado por misérias e um isolamento agreste e o vislumbre de outras realidades e de outros horizontes. Sonhar era um luxo que não nos era permitido. Qualquer demonstração de sonhos que se projectassem para além da realidade que era a nossa era esmagada com uma ferocidade acintosa e calcificada dos mais velhos. Era talvez uma espécie de protecção, um muro construído pelas próprias frustrações e pela constatação amarga que não se era mais do que pó que a terra dominava. E que qualquer tentativa de ter uma vida melhor era abrasada pela violência da realidade. Qual era o nosso futuro?...

Hoje, no século XXI continua a ser verdade, algures num outro ponto qualquer do globo. Fome, maus tratos, violência, abuso, exploração são realidades presentes nas vidas de inúmeras crianças. Apenas com o equivalente a três ou quatro cafés por mês, a UNICEF pode fazer uma criança sorrir (aqui é possível o donativo ser retirado directamente do salário, e fazendo a entidade empregadora dar parte do montante! eheheh!). Pensar no assunto apenas não chega... ajude hoje uma criança. Pelo direito a existir. Pelo direito a sorrir. Pelo direito a sonhar!

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Tuesday, October 17, 2006

Regresso!


(Matisse)


De volta. Devido a uma série de factores infelizes e não programados, decidimos regressar antes do previsto. Um desses imprevistos ditou a perda das fotos... mas não falemos disso, não me perguntem. Afinal ainda estou de férias, vou aproveitar para pintar e colocar outros assuntos em dia. Talvez ainda relate uma ou duas aventuras de férias... se tiver paciência.

Wednesday, October 11, 2006

Estou aquı...




...em Antalya, na Turquıa. As fotos sao da net, que aında nao descobrı se posso fazer o apdeıte das mınhas aquı... estes gajos falam estrangeıro mas daquele estrangeıro mesmo estrangeıro. Ate agora aında so aprendı a dızer 'ola' e 'obrıgado'. Enfım...

Friday, October 06, 2006

Férias


(Bastien-Lepage)

Outubre
més de la sementeira i més de las almas
...para mim, tempo antes de colheita. De algum descanso e sossego depois de meses de trabalhos e canseiras. Vou de férias. Algures para o Mediterrâneo, onde há ainda um pouco de sol e as temperaturas rondam os 30ºC (a contrastar com o Inverno instalado por estas bandas). E sobretudo onde há muita cultura à espera de ser explorada...
Eu vou dando noticias e se puder posto fotos!...
Beijicos anchos para todos!

Wednesday, October 04, 2006

Novas...

Chagal


... é verdade, tenho andado um pouco ausente deste blog e terão notado também que tenho aparecido menos vezes a comentar. Mas é por uma boa razão... estou a preparar uma exposição colectiva em Londres, a realizar de 9 a 22 de Novembro. E no próximo Sabado vou de férias por duas semanitas, por isso tenho andado atarefadissima...

Monday, October 02, 2006

A Minha Galeria


O Julgamento de Paris, Óleo sobre tela, 102x60cm, 2006



Para festejar as bodas de Peleu e Tétis, Zeus deu um banquete no monte Olimpo, para o qual convidou todos os deuses e semi-deuses, excepto Eris, a deusa da discordia. Furiosa com a ofensa, Eris apareceu mesmo sem ser convidada a atirou o pomo da discordia entre os deuses, com a inscrição "para a mais bela", provocando uma discussão entre Hera, Atena e Afrodite, que reclamavam o pomo cada qual para si.
Como nenhum dos deuses quisesse atribuir o pomo e o titulo a uma das deusas entrando em guerra aberta com as outras duas, Zeus seleccionou o mortal Paris para decidir, enviando as tres deusas e Hermes a terra para ouvir a decisao.
Para tentar subornar Paris em seu favor, Hera prometeu-lhe poder politico e controlo sobre a Asia, Atena prometeu-lhe sabedoria e a habilidade bélica de um grande guerreiro e Afrodite prometeu-lhe o amor de Helena de Troia, a mais bela mulher do mundo. Sem hesitar, Paris deu ouvidos as suas hormonas e escolheu Afrodite e Helena, apesar de esta ser casada com Menelaus, o rei de Esparta.

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