A resposta está nos genes
Actualmente o tratamento do cancro é realizado tendo em conta numerosas variáveis que poderão influenciar o desfecho do tratamento. Primeiro, são tidos em conta aspectos relacionados com o doente e com o grau de desenvolvimento da doença, depois é tida em conta a aficácia dos agentes e seus efeitos secundários, e finalmente os seus preços.
Para determinada patologia existe uma escala de tratamentos que vão sendo sucessivamente experimentados até ser encontrado um ao qual o doente responda. Normalmente começa-se pelo agente com o preço mais baixo que demonstrou ser eficaz no decurso de ensaios clinicos, e com um perfil de tolerabilidade mais positivo.
No entanto verifica-se uma grande variabilidade de resposta ao mesmo agente por doentes com a mesma patologia. Algumas pessoas respondem bem ao agente de primeira linha, enquanto outras tem de experimentar outros. Porque é que pessoas com o mesmo tipo de cancro apresentam respostas tao dispares ao mesmo tratamento? A resposta está nos genes.
Actualmente muita da investigação relacionada com o cancro centra-se precisamente neste aspecto. Tenho o prazer de contar entre os meus amigos Tim Crook, um dos mais proeminentes investigadores mundiais da Genética do cancro, e tenho por isso o privilégio de seguir muito de perto a investigação e os promissores resultados dos últimos dois anos. Tim lidera a equipa Cancer Genetics and Epigenetics Lab no Breakthough Cancer Research que investiga o papel de genes especificos na predição da doença e do desfecho clinico no cancro da mama.
O objectivo da equipa é ser cacaz de prever, através da “assinatura genética” de um cancro de uma determinada doente, a probabilidade de o cancro crescer agressivamente e a sua capacidade de se espalhar para areas distante (metastases); bem como o risco de recorrencia após tratamento (aparentemente eficaz) e a optimizacao da escolha dos agents quimioterápicos para o tratamento. Este último aspecto tem uma importancia vital, uma vez que, conforme resultados ja publicados (Exemplo), a expressao ou não de determinados genes implica que a doente responda bem ou seja resistente a determinado agente quimioterápico. Assim, em vez de tentar agentes sucessivos até obter uma resposta positiva, os médicos serão capazes de prever e usar desde o inicio os agentes que terão mais sucesso no tratamento da doença.
O objectivo da equipa é ser cacaz de prever, através da “assinatura genética” de um cancro de uma determinada doente, a probabilidade de o cancro crescer agressivamente e a sua capacidade de se espalhar para areas distante (metastases); bem como o risco de recorrencia após tratamento (aparentemente eficaz) e a optimizacao da escolha dos agents quimioterápicos para o tratamento. Este último aspecto tem uma importancia vital, uma vez que, conforme resultados ja publicados (Exemplo), a expressao ou não de determinados genes implica que a doente responda bem ou seja resistente a determinado agente quimioterápico. Assim, em vez de tentar agentes sucessivos até obter uma resposta positiva, os médicos serão capazes de prever e usar desde o inicio os agentes que terão mais sucesso no tratamento da doença.
4 Comments:
É com felicidade que temos a oportunidade de vermos o grande passo que a ciencia dar. É vida com sáude para muitas melheres que são vitimas deste mal. Bom inciio de semana. Bjos
Sou ignorante na matéria, mas já ouvi dizer que, por exemplo, há hoje possibilidades de, através do código genético, prever, de algum modo, a possibildiade de ocorrência de cancro no intestino. Não sei se será assim tão directo, mas ouvi referências a especialistas nessa área, no Porto, nomeadamente no Hospital da Ordem da Trindade...
Oxalá a investigação tenha sucesso... num futuro que se quer próximo!
Ola.
É de facto um privilégio. O Tim fala apaixonadamente do seu trabalho. Por vezes vamos tomar café, recebe uma mensagem no tm e exulta: I just got a message saying that there is a 80% mutation in the 5XPTO (este é inventado... nao consigo meter na cabeça aqueles genes todos) do you know the implications? exclama maravilhado, tenho de lhe dizer...não, va traduz lá. Ele chama-lhe "sexy science". É sem dúvida alguma, a pessoa mais inteligente que alguma vez conheci.
Confesso que o Tim nutre uma paixao assolapada por mim... infelizmente, não pude corresponder. Mesmo assim, o Mr. Big morre de ciumes...
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