Compras
A loja, Marc Chagal
Na praca central, um edificio alto, de construcao relativamente recente, alojava a maior mercearia do povoado. Ali se podia encontrar um pouco de tudo, à maneira antiga. A fazer-lhe concorrência, a mercearia do tio Bravo, um pouco mais modesta, ficava já no Bairro de Cima. Os habitantes desse lado, na sua maioria Cabroes, em vez de descerem às Fontes faziam preferencialmente as suas compras ali, desde que o preço fosse favorável.
Além destes dois interpostos principais, na Praça, a caminho da igreja, o Café Liberal, num pequeno anexo, oferecia mais uma oportunidade de escolha.
O custo das coisas era discutido com fervor, comparavam-se cuidadosamente os preços e a diferença de poucos escudos justificava que a compra se fizesse na mercearia concorrente. Além disso, aquando de uma compra, o preço era discutido com o comerciante e amplamente regateado. Por vezes, a compra só se realizava após extensas negociações em que alguns “milreis” eram subtraídos ao valor inicial. O comerciante lá fazia o favor, ficava a perder, mas como era para uma boa cliente…apenas pedia que não comentasse o desconto com mais ninguém pois a fazer o mesmo a todos certamente iria à falência.
8 Comments:
Eu lembro-me de ver, em miúdo, os "grandes" a regatear preços e até era em meio urbano (Porto-Gaia). Via, mas nunca aprendi. Nunca consegui regatear. E nunca conseguiria vender o que quer que fosse...
(entretanto, esse Café Liberal não era aquele conhecido por outra designação brejeira?...)
Ola Romero, bem vindo!
Rps, nao esse outro era o Cafe Goncalves, mais conhecido por "O Piroca". O Cafe Liberal era conhecido como "O Patudo"... nao sei porque!
Tambem nunca aprendi a regatear...
Abracicos!
Caros amigos,
Apareçam NA ESCURIDÃO DA NOITE, e deixem as vossas mensagens de SOLIDARIEDADE.
Todos juntos em prol do mesmo rumo...
Pedro Nobre ;)
Às vezes 'nostalgias-me', Rosário. Ao mesmo tempo que dói estar longe, é tão enriquecedor.
Lembro-me da minha casa em Estocolmo, desta época que é vivida por eles duma forma hiper intensa, em que tudo naquela cidade é bonito...
Se algum dia pensares em lá ir tens duas escolhas: ou o início do Verão ou esta época natalícia. Ambos soberbos!
Beijo, querida!
Siempre te leo, trato de mejorar mi portuguéz, jaja.
Un beso para tí, estas en mi link de Poemas y Antipoemas.
Kiss you...
Saludos desde Chile!
Não sei regatear. Por isos mesmo não regatearei elogios ao teu espaço que gosto muito de visitar.
Beijinho Rosário
Regatear, uma palavra engraçada, que me traz à memória as feiras! bem precisamos hoje de regatear por melhores dias...
As compras ... e os presentes de Natal!!!
Festa de carinho e amizade ou de simbolismo da sociedade moderna??? ..., onde o capitalismo e a Coca-Cola transformaram o Pai Natal num ser materialista...!!!
Melodramática eu?
Um beijinho... Tutueee!!!
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