Fumeiro: As alheiras
Depois da matança do porco começava a azáfama de fazer o fumeiro. O pior eram as alheiras. Os preparativos começavam no dia anterior, partia-se o pão em fatias muito finas para uma caldeira enorme de cobre, descascavam-se inúmeras cabeças de alho. As tripas, depois de lavadas, eram cortadas em pedaços de vinte e cinco a trinta centímetros e atadas numa das extremidades.
No dia marcado, muito cedo, era necessário cozer as diferentes carnes, porco, vitela, galinha, pato. Era tudo feito ao lume, usava-se um pote de ferro tradicional, enorme e que só era usado para este efeito. Apesar do tamanho descomunal, a quantidade de carnes era tão grande que eram necessárias várias rodadas para a cozer toda. O caldo resultante, perfumado com ervas e alhos, era forte, oloroso e de um sabor intenso e aveludado.
De seguida desfiavam-se convenientemente as carnes. Esta operação demorava longas horas. Com o caldo fervente amolecia-se o pão, adicionavam-se os alhos moídos, a carne, o azeite quente (algumas pessoas usavam também banha derretida, mas lá em casa gostavamos da opção relativamente mais saudável) e o colorau. Assim se obtinha uma massa untuosa, alaranjada e fumegante.
No dia marcado, muito cedo, era necessário cozer as diferentes carnes, porco, vitela, galinha, pato. Era tudo feito ao lume, usava-se um pote de ferro tradicional, enorme e que só era usado para este efeito. Apesar do tamanho descomunal, a quantidade de carnes era tão grande que eram necessárias várias rodadas para a cozer toda. O caldo resultante, perfumado com ervas e alhos, era forte, oloroso e de um sabor intenso e aveludado.
De seguida desfiavam-se convenientemente as carnes. Esta operação demorava longas horas. Com o caldo fervente amolecia-se o pão, adicionavam-se os alhos moídos, a carne, o azeite quente (algumas pessoas usavam também banha derretida, mas lá em casa gostavamos da opção relativamente mais saudável) e o colorau. Assim se obtinha uma massa untuosa, alaranjada e fumegante.
Procedia-se então ao processo moroso de transferir a massa para o interior das tripas. Para esse efeito usava-se uma fulineira, um utensílio metálico em forma de funil. Introduzia-se a extremidade mais estreita na abertura da tripa, e pela outra empurrava-se a massa até que a alheira surgia corada e arrebitada. Atava-se a abertura com o fio que sobrava da outra extremidade e pronto, ja estava...
Depois restava lavar as alheiras e içá-las ao tecto da cozinha, onde ficariam por alguns dias a secarem por acção do calor e do fumo da lareira.
18 Comments:
é sempre qd estou a tomar o peq. almoço k vêm estes posts...irra...lol.
Eh Eh, já sei o que é que vou almoçar hoje, aqui em lisboa, nos restaurantes, a alheira é sempre de Mirandela (duvido), porque já as comi, lá e cá tambem, e fazem realmente muita diferença em relação às de outros locais.
Bom apetite.
Boa semana.
JMC
Ai as saudades, Rosário!
Certo?
Beijico e boa semana!
...venho agradecer e retribuir a amável visita...
Feliz Natal
beijo
quim
Na "minha" aldeia não fazem as alheiras mas as farinheiras , morcelas e os outros enchidos deliciosos. O procedimento é identico .
Mas comer um farinheiro como se lá diz ou uma morcela com uma couves acabadas de apanhar na horta nada mas nada tem a ver com os enchidos que por aí grassam nos hipers e até mesmo nas boas charcutarias - nem sequer o s compro !
E na proxima 6ª f já lá estou, à lareira ou na horta ou a apanhar castanhas se ainda as houver...
Pirata,
Bravissimo! Estou a ver que te tens empenhado "cula lhéngua"! Mui curgidoso!
Abracicos!
Mesmo a calhar, aproxima-se a hora do almoço, e que tal uma saborosa alheira. Pode ser de Mirandela. Curioso este texto. Bom inicio de semana. Beijinhos.
sou adepta das alheiras e das farinheiras e enchidos em geral. Tenho um pequeno problema que me proíbe de os comer, mas eu como-os à mesma de quando em quando.... Gostei da receita. Gosto muito o resultado da receita e já me imagino à volta da alheira com um belo copo de vinho tinto... OK, hoje não, ok, amanhã...!!??, com o trabalho acumulado que tenho, amanhã também não.... que desgraça...LOL!!
Alheiras de Mirandela com um belo dum ovo estrelado e com uns grelos salteados na frigideira... huuuummmm!!
PS.Não deves ter muitas destas por aí onde estás!
Um abraço
E então aqui me deparo com a distância que se fez de Portugal. Vasconcellos que sou, oriundo dessas terras fico a me perguntar: O que é isso?? Me parece ao que chamamos no sul do Brasil por linguiça...
A esse trabalho nunca assisti. Mas tinho umas noções que agora reforço.
Gastronomicamente, alheiras e enchidos em geral são uma perdição.
saudades da matança, eu comia logo a moleja.
Rosário, preparamos um post especial de Natal.Agradecemos a força que deu!!Feliz Natal.
ora aí está um assunto que me interessa!
bjos
Só a descrição consegue estragar-nos a dieta. Humm e humm...
Hum, parecem muito apetitosas!
Festas Felizes!
Bjks da Matilde
PS: Cuidado com o Colestrol!
Ficou cá dentro o gosto acre da memória. Minha mãe era transmontana e em Lisboa fazia 3 vezes por ano alheiras pelo que tinha a chaminé da cozinha preparada para elas. Ainda me lembro de as encher. Obrigada.
adoro! e gostava de fazer para pôr as carnes q gosto em vez doa nacos de gordura com pelos q aparecem!
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