Parto II
Não me lembro muito do caminho para o bloco... foi durante uma contração e consequentemente o uso imoderado de laughing gas. Quando chegamos lembro-me de ter olhado para o Big, super sexy, equipado com a fatiota verde do bloco. Pensei... se pudesse levantar-me dava-te cá um amasso!... mas fiquei-me pela intenção...
Entre as contrações mantinhamos o humor. O Big não perdeu a oportunidade de fazer a cena do inspector Clouseau em que usa o laughing gas no bandido para lhe extrair um dente. Eu ria-me e chorava... quando me perguntaram se era alérgica a alguma coisa respondi, não, só ao meu marido! Isso somos todas, minha querida, respondeu uma das enfermeiras. Tudo a postos para a epidural, mas não sem antes mais uma puta de uma contração... e finalmente... ahhhhhh! alívio!
Lembro-me de ter uma mão na perna que lentamente se tranformou num bloco frio e estranho ao meu corpo como se fosse pedaço de fiambre saído do frigorífico. Não sentia dores absolutamente nenhumas mas apenas a sensação estranha de sentir pedaços de mim a serem puxados para fora do meu corpo. Posteriormente soube que aquando do nascomento eu apresetava já uma dilatação de 8cm, o que significa que não faltaria muito para a Jazz saltar cá para fora...
Três minuos após o inicio da intervenção ouvi um gritinho leve, como originado por um gatinho aflito. Mostraram-me a bichinha e depois levaram-na para ser limpa. O Big abandonou o posto dele junto à minha cabeceira e quando terminaram os pontos, regressou com a little Jazz nos braços com um rosto que evidenciava um misto de confusão e êxtase.
Little Jazz nasceu às 7.06 com 2320g e 47cm, com um APGAR score de 9 ao minuto 1 e o mesmo ao minuto 5 e chorou espontaneamente.
No recobro puseram finalmente a little Jazz em contacto com a minha pele e esse foi um momento de indiscritível emoção. Finalmente via o rostinho do serzinho que ha meses sentia mexer dentro de mim...
Cheia de vontade e determinação, a little Jazz agarrou-se à minha mama direita e só a largou passada uma hora. O único prblema da pequena foi a sua temperatura, os prematuros e bebés pequenos têm dificuldade em regulá-la, mas como todos os outros parâmetros estavam bem, em vez de alevar para os cuidados intensivos neo-natais, colocaram-na num bercinho aquecido, o que resolveu o problema.
Recerei bem da cirurgia, sem efeitos secundários dos medicamentos ou outros problemas e cerca de duas horas após o inicio, a enfermeira disse que estavamos demasiado bem para permanecer no recobro.
Já na enfermaria continuamos a recuperar a bom passo, a Jazz continuou a alimentar-se bem, ao contrario da mãe que teve de permanecer sem comer até ao jantar!
No dia seguinte mal me permitiram saí da cama e comecei a andar o mais que podia, apesar das dores. Comecei também a cuidar independentemente da Jazz e em tempo record - apenas duas noites no hospital- estávamos aptas para ir para casa!!!!!!!