Sunday, April 30, 2006

De volta!


...pronto, de volta! Retomam-se assim as actividades normais, no blogue e nas andanças, nas aventuras e desventuras do dia a dia...
É bom voltar... os gatitos receberam-nos meio estremunhados, meio confusos... provavelmente estavam já convencidos da posse absoluta da casa. Estão mais gordos, resultado evidente da abundancia de comida espalhada pela casa. A partir de hoje estão de dieta. E para comemorar a nossa chagada foram todos também a banhos, coisa a que eles não acharam muita piada, especialmente os machos...

Friday, April 28, 2006

Radical!

A aventura náutica que Mr. Big planeara terminou ainda antes de comecar. Os meus genes anti-desportos radicais exultaram quando um ski aquatico, caido nao sei de onde, me atingiu preventivamente na tromba... o remédio foi, em vez de interaccao frenética na água, muito gelo durante uma hora. E depois umas horas valentes no spa para relaxar e uma massagem para recuperar da ameaca de prática de desporto radical. Ufa!... desta vez safei-me!...

Tuesday, April 25, 2006

Ausencias...

Os hoteis estao totalmente cheios. Pelas praias, pelas piscinas, pelos restaurantes ouve-se uma panóplia interessante de linguas e de comportamentos. Ha uma enormidade de alemaes e de espanhois, muitos nórdicos, muitos ingleses, italianos, franceses, polacos e até pessoal de paises de leste. Apenas uma ausencia... nao se ouve falar portugues. Nestes dias todos, apenas notei uma familia portuguesa. Reflexo da crise?...

Saturday, April 22, 2006

El Teide

Ontem visitamos o parque Nacional del Teide. O vulcao domina a ilha com magestosa imponencia. Da praia vislumbramos o cume rematado ainda agora por quase surreais cas nevosas. O percurso é interessantissimo. Num momento estamos na costa e no seguinte comecamos a galgar campos de magma pasmados de eternidade. Ora sao negras as cores ora se tranformam em vermelhos terreos elevados as alturas, em amarelos arenosos, em verdes vidrados na superficie de rochas lisas e altas, ora cinzentos apáticos. Tao depressa se atravessam ondas escuras e petrificadas de magma que parece ainda mover-se em rendilhados complicados, como se desemboca em desertos onde reinam giestas e outros pequenos arbustos. Para logo depois aparecerem escarpas multicolores ou areia negra agreste, ou ainda terreno amarelado e inclinado onde os pinheiros cravam as raizes, por vezes expostas devido a poderosa erosao que agasta o terreno poroso.
E sempre el Teide, de rosto sério e meditativo, elevado a mais de tres mil e setecentos metros a prescrutar a paisagem. Atravessam-se a coroa de nuvens que envolve o gigante e chega-se aos 2356 metros, local onde o teleférico, numa viagem vertiginosa de 10 minutos e vencendo um desnivel de 1199 metros, nos deposita quase no topo to Atlante, a 3555 metros de altitude.
A paisagem é absolutamente deslumbrante, de tirar a respiracao. De um lado o cume, a neve por entre o rosto negro de el Teide, do outro paisagem lunar, depois as nuvens, despois o mar e depois outras ilhas.
No cume, o ar é mais rarefeito. Mal saimos do teleférico, Mr. Big, depois de praguejar durante quase todo o trajecto devido ao temor de viajar em qualquer veiculo que se eleve mais de meio metro do solo, anunciou "F**K, I am drunk!". O ar rarefeito associado a asma de Mr. Big fez com que o cerebro do coitado se visse privado do suplemento normal de Oxigénio. Durante o tempo que passamos la em cima comportou-se realmente como se estivesse bebado, andando aos ziguezagues, cambaleando e dizendo coisas sem nexo para a camara, enquanto filmava a beleza desmedida de el Teide.
Infelizmente nao é possivel fazer o upload de imagens nos computadores que o hotel disponibiliza para usar a Internet. Assim, terao de imaginar o gigante até que possa publicar as fotos. Fica prometido...

Wednesday, April 19, 2006

Massagem na praia

Afinal, apesar dos agradaveis vinte e cinco graus, hoje o sol mostrou-se muito timido... nao importa. Depois de uma voltinha de reconhecimento pelo local e uma refeicao leve rumamos a praia.
O costume, vendedores disto e daquilo e blablabla. Mas uma novidade surpreendente... uma cachopa asitica acercou-se e ofereceu um servico que nunca antes tinha visto numa praia: uma massagem. Sim senhor, uma massagem em plena praia. O Mr. Big arregalou logo os olhos... uma oriental, seria tailandesa?, massagem... finalmente as preces dele atendidas, um show de gaja a tocar gaja...arte, estao a ver?
Aceitou logo, uma para mim- Posso ver, perguntou ele? e a cachopa que sim. Um sorriso de satisfacao malandra espraiou-se-lhe pelo rosto inteiro. Mas como ele estava a fumar um cigarro pediu-lhe para regressar em quinze minutos.
Mas quando a cachopa voltou vinha acompanhada de um marmanjo... Boa velha eficiencia oriental... duas massagens: duas pessoas, pois claro, para que perder tempo? Segundo as indicacoes, a cachopa dava-me a massagem a mim e o sujeito ao Big. Caldo entornado... sendo assim o Big preferiu que o sujeito massajasse as minhas costas enquanto a cachopa lhe aplicava uns vigorosos apalpoes pelo corpo enquanto ele grunhia de satisfacao...

(Hoje o Blogspot nao esta a funcionar correctamente por isso nao posso postar algumas fotos como era minha intencao... fica para depois)

Tuesday, April 18, 2006

Ufff...Finalmente férias!


A partir de hoje estou de férias... em local onde se espera haver sol, mar, descanso e tempo para fazer coisas que as vezes sao relegadas para segundo plano... algures no Atlantico, mais concretamente em Tenerife. A minha presenca aqui estará assim um pouco condicionada...
Bjicos para todos!

Sunday, April 16, 2006

Quei yê la Bida?

Quei yê la bida?
Ua eiluson,
Spança scundida
An confuson?

Fumo a chubir
I a se çfazer
Al bé-lo ir
Sin mais lo ber?

Ua centeilha,
Un relhistrar,
Mal relhuç eilha
Bei-se apagar?

Ou lo que bal,
Que mais balir,
Un eideal
De se bibir?

Un eideal
Que la comande,
Bibo, imortal
Que seia grande?

De lo melhor,
Mesmo sin stória,
Que deixe amor,
Rastro i memória?

Eideal- LHIBERDADE,
Eideal- EIGUALDADE
I FRATERNIDADE,
De amor e BERDADE?

José Francisco Fernandes

Friday, April 14, 2006

O Folar

Por esta altura fazia-se o Folar. O Folar era uma espécie de bola de carne feita de massa finta que se obtinha adicionando ovos e azeite à massa do pão. Depois de obtida a massa, esta era acomodada em recipientes distribuída em camadas intercaladas com chouriço, salpicão e presunto. Mãe Joaquina levantava-se de madrugada para misturar cuidadosamente por ordem rigorosamente estabelecida os diferentes ingredientes. O amassado obtido era muito exigente, tinha de ser preservado de todas as correntes de ar, cuidadosamente agasalhado em diversas camadas de cobertores e mantido perto de uma fonte permanente de calor.
Quando eu me levantava, já a massa levedara e aguardava a transferência para os recipientes onde iria ao forno. As formas untavam-se com banha de porco, e nelas se colocava a massa em camadas intercaladas com os enchidos e o presunto cortados em pedaços adequados. A terminar, untava-se o topo da massa com ovo batido para que a bola se revestisse de uma camada brilhante e estaladiça.
As quantidades dos ingredientes originais eram arbitrárias dependendo das pessoas e do que estava disponível. A ordem por que eram adicionados a até o vigor relativo com que a massa era batida condicionava o resultado final. Era também importante, aliás como para o pão, benzer o forno de lenha e a massa com a oração “Cresça o pão no forno e a Paz pelo mundo todo, e quem ganhou este, que Deus lhe dê saúde para ganhar outro. Nossa senhora te cresça e esfloresça, São Vicente te acresceste e São João te faça bom pão. À honra da Deus e da Virgem Maria um Padre Nosso e uma Ave Maria”. Se não fosse Sexta-feira Santa, dia em o consumo de carne era totalmente proibido, um dos folares era imediatamente “encertado” mal saía do forno para tirar as dúvidas. Era quando o folar sabia melhor, ao sair do forno, fumegante, hidratado, fofo e o interior untado pela gordura dos enchidos.
Como iguarias doces faziam-se os “enconómicos”, pequenos doces cónicos, e as “rosquilhas”, em forma de aro, duras como calhaus. Confeccionados a partir da mesma massa base, feita de farinha, ovos e açúcar, aos primeiros adicionava-se aguardente e às rosquilhas quantidades adicionais de farinha.
Depois de obtida a massa, moldavam-se os pequenos doces e levavam-se ao forno em latas untadas com toucinho até obterem um tom tostado. Também com estes doces as quantidades eram calculadas “a olho por cento” e o resultado obtido de qualidade variável.
Acondicionados em condições propícias, os “enconómicos” e as rosquilhas mantinham-se por bastante tempo depois da Páscoa.

Meus lindos, tenham uns bons feriados!... quem os tiver, que eu hoje estive a trabalhar... e estarei, até Terça-feira.

Thursday, April 13, 2006

Boutique de orgaos

(Dali)


A venda de orgãos humanos é ilegal nos EUA e em muitos outros paises, e é veemente condenada pela comunidade médica e pela ética. No entanto, na publicação de Fevereiro da revista Kidney International, um artigo discute a legalização da "doação paga" de rins, incluindo a criação de uma agencia federal para regular a venda de orgãos provenientes de outros paises.
Curioso... nos EUA a investigação com células estamianais é proibida, sob o argumento falacioso de que as células provem de fetos humanos (quando na verdade as células podem ser colhidas em tecidos adultos). Como diz o Caetano Veloso "O venerável Cardeal(...)/ ve tanto espirito no feto/ e nenhum no marginal".
Quem serão os doadores de tais orgaos? Pessoas desesperadas nos paises do terceiro mundo ou cidadaos insuspeitos apanhados na rede de mafias organizadas?
E cada um de nós, até onde estamos prontos a ceder na nossa humanidade para salvar um ente querido?

Wednesday, April 12, 2006

A Criação

(Miguel Angelo)
Ontem, ao ver um programa do Ricky Gervais fez-se luz. Nunca tinha conseguido encaixar deus, a criação e a imperfeição do mundo. Ele explicou: é que deus criou o mundo as escuras!!!! Primeiro criou o céu e a terra e só depois, quando foi verificar se estavam os pontos nos is, é que se deu conta que estava escuro como breu... Qualquer criatura com dois dedos de testa tinha antes acendido um luzeiro para ver o que estava a fazer. Mas não... oh, não! Com a mania que é todo poderoso e pode fazer o que bem entender... velho gagá!

Monday, April 10, 2006

As almas

(Amadeo de Souza-Cardoso-Procissão Corpus Christi )
A Quaresma era um período de intensa fermentação religiosa. Aos jejuns, à abstenção de todos os prazeres juntavam-se as obrigações dos inumeráveis terços e novenas. Apenas era permitido cantar músicas alusivas à época. Lembro-me da minha mãe no tear a entoar os cânticos que descreviam o martírio do “Senhor”. Por vezes chamava-me, anda, vem “cantar as almas comigo”.
“Jesus Cristo está no horto
à sombra do acipreste
os anjos lhe estão cantando
recordai Divino Mestre”.
Ou a minha preferida devido à melodia lenta e pungente
“O Santo Cristo do Outeiro
tem dois galos no seu sino
tem dois galos no seu sino.
Cada vez que o galo canta
recorda o Verbo Divino.
Recorda o Verbo Divino."
Durante a Quaresma, pela noite alta, juntavam-se grupos de pessoas e em pontos estratégicos da aldeia cantavam estes e outros cânticos, numa actividade que se chamava “encomendar as almas”. Não sei se por ser durante a noite cerrada e gélida, em que nenhum outro som se manifestava, ou pela melancolia aflita e pungente das músicas, soavam na noite como gritos dilacerantes de uma beleza sobrenatural. No dia seguinte as pessoas comentavam, -ouviste encomendar as almas? Que bem cantavam…quem seriam? A mim pareceu-me ouvir Fulana ou Sicrano.
Os mais velhos contavam que antigamente, na Sexta-feira Santa, dia da “Morte do Senhor”, toda a aldeia era lamentação e pranto. E porque ao Senhor tudo tinha sido negado, as pessoas não podiam realizar nenhuma tarefa da vida quotidiana. Não podiam lavar a cara, arrumar a casa, ir à horta ou falar com quem quer que fosse.

Saturday, April 08, 2006

Impressoes- Primavera








Finalmente a Primavera... e eu, aquecida do espirito da coisa, hoje dediquei-me à jardinagem. Plantei uma roseira branca (Queen Elizabeth, o nome...), um loureiro, e organizei um cantinho no jardim com orégãos, tomilho, salva, coentros e menjericão. Coisas de gaja, you know...

Thursday, April 06, 2006

A aventura


(Stoops)


Normalmente recusar-me-ia terminantemente a participar num desporto tao violento. Mas a minha amiga Claire está a recuperar da morte de um ente querido e quando a tarde telefonou a perguntar "Shall we go to Kick Boxing?", não pude recusar. Kick boxing?-pensei- nheda-se!!!!!! É que a minha natureza pacifica alia-se uma preguica obtusa quando se trata fazer exercicio. e agora?... mas fui.
O instrutor era um mastodonte bem disposto e deixou escapar um sorriso divertido quando nos viu na classe. As outras duas cachopas que lá estavam, habituadas por certo a violencia do treino, desfaziam-se em socos e em pontapés hábeis e certeiros. Pouco depois de comecar, eu e a Claire, duas franganitas alienadas com ar de "Barbie" deslocadas, arfavamos golfadas de ar a custo, para gáudio do instrutor. Eu, sem os meus óculos e confusa com os espelhos a volta, embati violentamente contra a cena onde os outros desferiam socos enquanto eles esguichavam risos.
Depois foi a hora de formar pares, eu e a Claire alapámos uma a outra, nao nos fosse caber na sorte um dos brutamontes que lá andavam. O instrutor, por entre risinhos, chegou ao pé de nós e disse-nos "You two look like you're in the wrong class!..." e eu com ar sério "é que nós pensamos que fosse uma aula de cozinha...". E ele, "cooking... kick boxing... it does sound the same!". Fiquei sem perceber se ele achou que estava a falar a sério. Até porque depois, quando ele berrou, "Now, fifty situps!", eu e a Claire olhamos uma para a outra e desabamos em riso... ele olhou para nós divertido "NOW!" e eu "What's a situp?". Abdominais. Eram abdominais... cinquenta? Porra! Quando ele se afastou comecei a contar de dois em dois, enquanto me espremia e puxava para fazer os exercicios. Fiz vinte e cinco.
Depois la demos uns socos com umas luvas fedorentas "Lembra-me de trazer um kit de desinfeccao de maos da proxima vez" rui a Claire. Os rapazes musculados, muito prestaveis, la vinham de vez em quando demonstrar como colocar as pernas e os braços e as maos. Assim, diziam. E nós bem tentavamos mas a pose de barbie era mais forte, e a musica também nao ajudava, so apetecia dançar...
Conclusao, hoje estou toda partida. Doem-me musculos que eu nem sabia que tinha. Até rir me custa...

Wednesday, April 05, 2006


(Bouguereau)

Nos ultimos meses, a comunidade cientifica tem vivido um periodo de excitação devido a obtenção da vacina contra o HPV (Human Papilomavirus) responsavel pelo cancro do colo do útero, que afecta milhoes de mulheres no mundo inteiro.
Já aqui referi que se espera para Junho próximo a decisão da FDA (Food and Drug Administration) relativamente a licença de comercialização da referida vacina, que será administrada a adolescentes do sexo feminino antes de se tornarem sexualmente activas, que é em média por volta dos 17 anos.
No entanto, parece que a decisão já está tomada. Tal como outros organismos nos Estados Unidos, a FDA é controlada directamente por interesses que não tem nada a ver com os valores defendidos pela organização. O Partido Republicano e o Presidente Bush, esse escarro acéfalo, instalaram em posiçoes estratégicas pessoal da sua confiança (normalemte fanaticos religiosos que aparentemente "falam" com deus) e que controlam o Health Department e consequentemente a FDA. De acordo com esses fanáticos, tanto promover o uso de preservativos como vacinar miudas adolescentes contra doenças sexualmente transmissiveis potencia a promiscuidade entre os jovens.
Recusando-se a dar crédito aos inúmeros estudos cientificos que revelam que a disponibilidade de preservativos ou da contracepção de emergencia não tem qualquer impacto na taxa de população adolescente sexualmente activa, essas osgas pegajosas e nojentas atreveram-se mesmo a dizer que se uma vacina contra o HIV for eventualmente descoberta mantem a mesma posição.
Mas em que mundo é que estamos??????? Que pouca vergonha é esta? Com diabos maléficos e pérfidos como estes a solta quem é que acredita que ainda haja inferno? Para milhoes de pessoas a quem a vacina vai ser negada e que desenvolverao o cancro do colo do utero (ou o cancro do anus, do pénis, da vagina e da vulva causados também pelo HPV) o inferno estará próximo e será bem real...

Monday, April 03, 2006

Hoje


(Lempicka)


Hoje não sou nada... nem sequer aquela centelha de madrugada que às vezes ensaia um raio esquivo nos meus olhos... não importa. Amanhã serei até à exaustão. Ou depois.

Sunday, April 02, 2006

Impressoes- Museu V&A