Dia de trabalho com Klimt
Confesso que em termos de trabalho os meus genes são portuguesissimos e não fujo a regra... não gosto de trabalhar e limito-me ao minimo. Mas no passado Sábado, pela primeira vez, e para desenrascar uma amiga, acedi a trabalhar para o sector privado. Lá fui eu, das 9h as 5.30.
O trabalho de um farmaceutico numa Farmacia de Oficina aqui é muito diferente do realizado em Portugal. Primeiro, não passei tempo nenhum ao balcao uma vez que essa é a função da/o Health Care Assistant e a/o Counter. Segundo, não tive de dispensar nenhuma receita porque esse é o trabalho da/o Dispenser. O meu trabalho resumiu-se a estar sentada num banquinho e confirmar que o Dispenser imprimiu as etiquetas com as instruções correctas e dispensou os medicamentos solicitados. Assino a caixa. Feito. Como tenho grande capacidade de concentração sou mais rápida do que o normal a realizar essa função e tomei a minha mesa de assalto, e para surpresa da Health Care Assistant e da Dispenser, limpei tudo à minha frente incluindo trabalho que tinha sido deixado de Sexta para Segunda-feira seguinte.
Durante a manhã verificou-se um fluxo constante de utentes mas à tarde os clientes começaram a rarear. Para passar o tempo comecei a ler um livro sobre Saúde mas passado algum tempo já não aguentava o tédio. Valeu-me ter levado um livro sobre Klimt... passei 3 deliciosas horas a estudar o mestre, ainda me fizeram um cafezinho, como aqui as Farmácias vendem outros artigos que não medicamentos fiz umas comprinhas e no final pagaram-me £23 (34 Euros) por hora...
... hummmm, creio que vou rever a minha atitude... acho que afinal até gosto de trabalhar!
Labels: farmacia
11 Comments:
Fabuloso este blog!!!
Rosário, desse tipo de trabalho também gosto, já daquele outro nem tanto.
Boa semana.
JMC
Hum...Assim não custa e até motiva!!!
As compras...foram perfumes? Hehe...
Beijinhos
Bem bom...!
O trabalho, seja ele qual for, é algo que gostamos de fazer, se no fim recebermos a devida recompensa.
Ora, isso não acontece à maioria dos portugueses... Na verdade, quem mais recebe é quem menos trabalha.
Eheheheheheh!!!!!!!!!!!! Acho que o nao gostar de trabalhar e o consequente limitar-se ao minimo sao "caracteristicas geneticas" que os portugueses foram perdendo ao longo dos tempos. Estas novas geracoes de portugueses trabalham como loucos! Nao e excepcao. Talvez o seja por trabalhar com/por gosto. E dai, nem tanto...
Jinhos.
P.S. Tambem gosto muito do Klimt, mas queria este Natal oferecer um livro do Bouguereau, uma vez que foi a Rosario quem mo revelou, que me recomenda?
Não há nada que chegue à "alegria no trabaho" (salvo seja!).
Obrigado pela visita ao "casteletesempre".
Beijo
Nada como sermos genuínos!
Um beijo
Daniel
Também sou fã de Klimt!
Bjs
Bem, cheguei cá por acaso mas agora fiquei fã :-)
Curiosa a organização interna duma farmácia comunitária em Inglaterra! Muito diferente daquilo acontece cá, de facto. Só não percebi bem qual a diferença entre as funções (e a formação) do healthcare assistant e do counter.
Pois que realmente com esse nível de remuneração até eu (que não sou particularmente virada para a comunitária) era capaz de pensar duas vezes...
Só p terminar, o jj disse anteriormente que as novas gerações de portugueses trabalham como loucos. Concordo perfeitamente (e eu própria não sou excepção). Mas continuo com aquele amargo de boca de ver os ingleses a sair às 5h30 da tarde e os dinamarqueses às 4h, e nós por mais horas que trabalhemos continuamos a ter uma produtividade miserável e salários que são o que se vê...afinal qual é o nosso problema?
Beijos
por cá devias passar o dia ao balcão a atender as receitas da "Caixa" e no fim se levasses os 34€ pelo dia , sem direito a café , já seria obra certamente!!!
beijinhos pela produtividade.
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