Opera e agentes farmaclogicos III
Referencias a medicamentos, no sentido moderno da palavra são raras na ópera. Há poçoes para dormir em “Mefistofele” (Boito) e em “Contos de Hoffmann” (Offenbach) o Dr. Milagre leva alguns medicamentos a Antónia.
Em “Pacience” de Gilbert e Sullivan, o poema de Bunthorne menciona calomel (cloreto de mercurio) usado no passado como purgante, mas o mesmo não tem um papel activo no enredo.
Por outro lado, há imensas afecçoes não tratadas na ópera. Por exemplo a loucura abunda- Hamlet, Ofélia, Peter Grimes, Otelo…Os medicamentos psiquiátricos modernos, se disponiveis na altura, teriam certamente modificado os enredos das respectivas óperas, assim como o tratamento da tuberculose teria alterado “La Boheme” (Puccini), “La Traviata” (Verdi). Do mesmo modo, o tratamento para o coração teria alterado o final de “Contos de Hoffmann”.
“Sansao e Dalila” oferece um desafio de interpretação; os ouvintes sao levados a ponderar sobre a natureza da força de Sansão. A perda de força deste personagem, coincidente com o corte do cabelo, parece uma metáfora para a exaustão que aparentemente Dalila lhe impoe no idilio que mantêm fora dos olhos dos espectadores. Talvez um dos tratamentos modernos para a impotência, como o Viagra, tivesse ajudado Sansão a manter a virilidade até derrotar os seus inimigos politicos… a não ser, é claro, que a insinuação de que a sua força residia no cabelo fosse verdadeira. Neste caso talvez beneficiasse de um estimulante capilar tal como Regaine!...
3 Comments:
Minha querida,
Lindo o post e não poderia deixar de ser. Antes de entrar aqui sempre penso antes: Que maravilhas das artes e das ciências me esperam...
Beijos aqui do Brasil.
Esta série de posts é do melhor! E eu que tão pouco conheço de ópera... Mas vi duas vezes e gostei. Obrigado, Rosário.
Lindo quadro!
Bjinho
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