Wednesday, January 04, 2006

O Ouro e a Alquimia


Durante milénios o ouro inspirou homens, monarcas, exploradores e sonhadores. Culturas como a egipcia, minoica, grega e celta veneravam o ouro e tinham a habilidade de o trabalhar. O ouro é quimicamente inerte e não mancha por exposição ao ar ou na água, mantendo o seu brilho.
A crosta terrestre contém uma média de 5mg de ouro por 1000Kg de rocha, distribuidos em átomos isolados. No entanto processos geológicos complexos podem concentrá-lo em minério suficientemente rico para tornar a extracao economicamente viável.
Para aqueles incapazes de encontrar ou comprar ouro, ou não muito interessados em roubá-lo, a alquimia oferecia um método para enriquecer. A palavra alquimia vem do árabe al khem (do egipto). De facto a prática tem as suas raizes nas culturas antigas egipcia e grega, embora o auge tenha ocorrido entre 800ad e meados do século XVII.
A alquimia fascinava Newton e Carlos II possuia um laboratório de alquimia situado perto dos seus aposentos com acesso através de uma escada privada.
Alguns alquimistas procuraram produzir medicamentos a partir da conjiugação da teoria dos quatro elementos de Aristóteles (ar, fogo, terra e agua), crenças animistas e ideias antigas de que os metais estavam ligados com os planetas com o conhecimento cientifico do tempo.
Embora os alquimistas tenham falhado no seu objectivo, contribuiram com avanços consideráveis nas áreas da Quimica e da Farmácia. A alquimia levou a descoberta de inúmeras reacçoes metálicas, ácidos minerais e álcool.
A alquimia foi desacreditada em meados do Séc. XVII quando Robert Boyle provou que a teoria dos quatro elementos estava errada. É ironico no entanto que hoje em dia a tecnologia moderna seja finalmente capaz de produzir átomos de ouro a partir de elementos mais leves (embora apenas em pequenas quantidades e a um custo exorbitante).
Os chineses foram talvez os primeiros a usar flocos e pó de ouro na medicina por volta de 2500ac. O uso de sais de ouro para o tratamento da lepra data de pelo menos 500ac.
Pomet, o chefe apotecário de Luis XIV em Franca, descreve muitos usos medicinais para o ouro.
Em 1890, descobriu-se que o cianeto de ouro inibia o bacilo da tuberculose in vitro. Esta descoberta levou ao uso de compostos de ouro em 1929 para tratar a artrite reumatóide, uma vez que se acreditava que a doença tinha origem bacteriana. Por volta de 1906, a décima segunda edição do Martindale descrevia o uso de ouro para o tratamento da epilepsia, histeria e enxaqueca bem como, pela sua acção antibacteriana, no tratamento da conjuntivite e sifilis.
Na medicina moderna o ouro tem uma variedade de usos. Tem propriedades anti-inflamatórias e por isso pode suprimir o processo inflamatório verificado na artrite reumatoide por inibição da libertação ou actividade das citoquinas.
Actualmente o ouro está a ser estudado em áreas onde novos desenvolvimentos são urgentemente necessarios, tais como a gripe das aves, cancro, HIV/AIDS e malaria resistente.
A terapia com ouro, ou crisoterapia (o nome vem de Criseia, a filha de Apolo de cabelos dourados) tem uma variedade de efeitos secundários na pelo e nas membranas das mucosas, sangue, sitema cardiovascular e tracto gastro-intestinal.
É por isso que eu prefiro a crisoterapia em forma de brincos ou colares, ou peças de filigrana... estou seriamente a pensar em contrair a gripe das aves e indicar ao médico que tudo o que neccessito para me curar sao uns brincos de princesa e um coração de Viana enorme!...

3 Comments:

Blogger Inha said...

Já que falas em Apolo, cuidado com o Mercúrio!;)


Lindo texto. Um beijo grande.

12:51 PM  
Blogger isabel mendes ferreira said...

e um brinco de princesa a raiar num beijo.....

6:22 PM  
Blogger palavras outras.blogspot.com said...

Olá Rosário,
Já estive aqui algumas vezes sem antes comentar este seu simpático e atraente blog. Parabéns e um abraço!

8:51 PM  

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