Maravilhas da Arte e do Engenho

( Sir Alma Tadema- Fidias e o friso do Parténon)

O Partenon

O edifício foi construído por iniciativa de Péricles, o líder político ateniense do século V a.C., e foi supervisionada por Fídias, encarregado também das esculturas decorativas. Os arquitetos foram Ictinos e Calicrates e a construção começou em 447 a.C. e estava substancialmente pronta em 438 a.C., mas a decoração continuou até 433 a.C..

O nome Partenon parece derivar da monumental estátua de Atena Partenos abrigada no salão leste da construção. Foi esculpida em marfim e ouro por Fídias e seu epíteto ‘’parthenos’’ (παρθένος, "virgem") refere-se ao estado virginal e solteiro da deusa.

Especula-se que as dimensões do edifício expressem a razão dourada, proposta por Pitágoras no século anterior. Está cercado por uma colunata (peristilo) em octoestilo dórico, com oito colunas frontais em vez de seis como era costume na época, e dezessete de cada lado perfazendo um total de 46 colunas. O templo foi erigido no ponto mais elevado da Acrópole, para ser visivel em toda a cidade bem como do mar. Construido com mármore do Pentélico, apresentava uma brancura cintilante que se conjugava com a rica policromia dos baixo-relevos. Apresentava uma série engenhosa de efeitos de perspectiva que dotavam o templo de inigualável elasticidade e ligeireza. O visitante, uma vez dentro do templo, enfrentava uma prodigiosa representação de magestosa serenidade, de elegancia, liberdade e beleza. Na sala maior encontrava-se a gigantesca estátua criselefantina (feita de ouro e marfim) da deusa.

As ‘’metópes dóricas’’ na colunata exterior e o ‘’friso jónico’’ na parede exterior superior da ‘’cella’’ foram completados em 438 a.C. As noventa e duas ‘’metópes’’ foram executadas em alto-relevo, prática até então usada somente em metais preciosos e seu desenho é atribuído ao escultor Calamis.

As do lado leste descrevem a ‘’Gigantomaquia’’ (a luta entre os deuses do Olimpo contra os Gigantes) e as do lado oeste a Amazonomaquia (a mítica batalha dos atenienses contra as Amazonas). As ‘’metópes’’ do lado sul mostram a ‘’Centauromaquia Tessaliana’’ (a batalha entre os lápios, ajudados por Teseu contra os centauros, meio homens, meio cavalos). No lado norte, a decoração está muito danificada, mas parece referir-se ao saque de Tróia.

O mais característico na arquitetura e decoração do templo é a existência de um friso jónico ao longo das paredes exteriores da ‘’cella’’. Esculpida em baixo-relevo, descreve uma idealizada versão de uma procissão pantenaica do ‘’Portão Dipilônico’ em Carameico até a Acrópole. Nesta procissão, realizada cada quatro anos, atenienses e convidados participavam oferecendo sacrifícios e novas roupas (‘’peplos’’, feitas por jovens nobres atenienses) em honra da deusa . O friso foi feito no próprio local e está datado de 438 a.C..

Cre-se que no séc V, a grande imagem de Atena foi levada para Constantinopla, onde mais tarde foi destruída, provavelmente durante o saque da cidade promovido pela quarta crusada em 1204. No século VI foi convertido numa igreja cristã dedicada à Virgem Maria e depois da conquista turca foi transformada numa mesquita. Em 1687 um depósito de munição instalado pelos turcos dentro do edifício explodiu após ser atingido por uma bala de canhão veneziana, causando sérios danos ao edifício e a suas esculturas. No século XIX, Lord Elgin removeu muitas das esculturas sobreviventes para a Inglaterra, hoje conhecidas como ‘’Mármores de Elgin’’ e expostas no Museu Britânico. Uma disputa polemica pede o retorno dessas peças à Grécia.