Orfeu rebelde
Orfeu rebelde canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade de cada momento.
Outros, felizes, sejam rouxinóis...
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e aterra, pedras conjugadas
Do moínho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências fanintas como há ternura.
bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo dum poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntas à Musa
Se o canto é de terror ou de beleza.
Miguel Torga
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade de cada momento.
Outros, felizes, sejam rouxinóis...
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e aterra, pedras conjugadas
Do moínho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências fanintas como há ternura.
bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo dum poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntas à Musa
Se o canto é de terror ou de beleza.
Miguel Torga
2 Comments:
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Torga no seu melhor!... nao conhecia este, muito bom!
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