Friday, March 21, 2008

A Cruz

Osiris-Dionisius crucificado
Amuleto do Séc. III EC  (era comum)

"Muitas das ideias dos Cristãos foram expressas melhor- e mais cedo- pelos Gregos. " , Celsus

A cruz era um símbolo sagrado para os antigos. Os seus quatro braços representavam os quatro elementos do mundo físico: terra, água, ar e fogo. Considerava-se que o quinto elemento, o espírito, se ligava à materialidade por estes quatro elementos. A figura de um homem crucificadorepresentava a categoria de um iniciado nos mistérios dos ritos antigos, significando que a sua alma, antes de sofrer o processo de iniciação, se encontrava  firmemente ligada ao mundo físico. Os quatro pregos usados na representação da crucificação nos pés e nas mãos de
um homem eram símbolo dos desejos sensuais que ligam a alma ao mundo dos quatro elementos.
Desde o Séc. IV AEC, Platão  revelou o destino de um Homem Justo ao escrever: O Homem Justo terá que sofrer chicotadas e finalmente, depois de todos os extremos de sofrimento, ele será crucificado. Platão refere-se ainda aos desejos do corpo como os pregos que fixam a alma ao corpo.
Não existem representações de Jesus crucificado antes do Séc. V EC. A arte Cristã mais antiga que se conhece é a das catacumbas, datadas dos Séc. III e IV. Nessas imagens Jesus é representado de duas maneiras: velho, com barba e envolto em vestes ou jovem, de face nua e com uma varinha mágica na mão -como os hierofantes dos cultos anteriores- indicando que os protocristãos viam o seu Homem Justo exaactamente como um hierophante: um mágico e um interprete dos mistérios sagrados e dos princípios dos arcanos.

Feliz Equinócio da Primavera!

2 Comments:

Blogger Magri said...

A verdade fica tão difícil de encontrar quando é abafada por dogmas intransigentes e absolutos...
Mas gostaria mais de ver em Jesus esse velho sábio dos primeiros tempos do cristianismo.
Como não há certezas, e historicamente muito pouco se sabe, dou mais importância às mensagens desse Homem/Mestre, quando as várias fontes (não apenas as canónicas) são aproximadas, e quando o meu coração me diz que posso aceitá-las.

Um abraço e boa Primavera!

10:55 PM  
Blogger greentea said...

interessante este estudo e esta dualidade - há dias passou um filme sobre Francisco de Assis que vai pedir uma audiencia ao Papa de entao para "legalisar" a sua Ordem . É escorraçado e posto fora por uns cardeaizitos arrogantes e prepotentes . Dias depois é chamado de novo pelo tal do Papa que o aceita e venera dizendo que ele é a expresão da verdadeira Igreja, vivenvo no amor e na paz , na frugalidade e no despojo dos bens de luxo ...
se a Igreja de hoje tivesse essa visão :::

9:37 AM  

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