Reportagem

O último dia na ilha, dia do meu aniversário, foi bastante tumultuoso. Não que os festejos tenham alterado a pacatez do lugar mas sim por uma razão bem mais sinistra e trágica que eu contar com mais um ano nos ossos.
Pelas dez horas acordei com o ruído intenso e próximo de aviões. Exercícios aéreos, pensei, ou coisa e tal... não precisavam era de acordar o pessoal, não é? O ruído repetia-se a intervalos mais ou menos regulares e pareceu-me que os aviões ou lá o que era passavam rente ao topo do hotel de apenas dois andares. Levantei-me e da varanda pude ver um avião a abastecer-se de água. Passado uns minutos era uma helicóptero que enchia o depósito. Ui, carais! do outro lado do hotel o fumo indicava a causa de tanto tráfico.
Acordei o Big- a quem o barulho não tinha minimamente incomodado- e fiz o relatório dos acontecimentos. Saimos.
Da estrada podiamos ver as chamas e a intensa actividade de carros de policia, bombeiros, sapadores, carros auxiliares. No céu consegui contar cinco aviões e três helicopteros. Aproveitamdo o facto de termos um todo-terreno, o Big queria aproximar-se mais dos acontecimentos mas eu entrei em pânico e fi-lo fazer exactamente o oposto. Fomos para uma das praias durante umas horas e o movimento dos avioes e dos hellicopteros não abrandou. Por volta das quatro da tarde deixamos a praia e no caminho para o hotel, deparamo-nos com ajuntamentos de turistas com as respectivas malas. Posteriormente soubemos que tinahm sido evacuados dos hoteis em que permaneciam. Nesta altura já o fogo parecia controlado e as restrições no movimento automóvel menos severas. Deslocámo-nos na direcção do fogo até encontrar um ajuntamento considerável de populares, policias e reporteres de televisão e rádio. Da estrada podiamos ver que as chamas rondaram várias casas de habitação e vários hoteis. Um deles esteve mesmo completamente cercado pelo fogo. DA-SE!
O infeliz acontecimento fez com que as comemorações do meu aniversário tivessem de ser canceladas... hélas!