Entrudo à antiga
Porque vale a pena saber destas tradições.
Por estes dias em Podence, os caretos andam à solta. Despedem o Inverno e saúdam a Primavera "num clima fantástico e fascinante, pleno de sedução e mistério". Bebem das adegas que lhes são abertas de boa vontade e tentam apanhar as raparigas incautas para as chocalhar.
Os caretos usam máscaras rudimentares, onde sobressai o nariz pontiagudo, feitas de couro, madeira ou de vulgar latão, pintadas de vermelho, preto, amarelo, ou verde. A cor é também um dos atributos mais visíveis das suas vestes: fatos de colchas franjados de lã vermelha, verde e amarela, com enfiadas de chocalhos à cintura e bandoleiras com campainhas. Da sua indumentária, faz também parte um pau que os apoia nas correrias e saltos.
Dizem fontes que a festa de Podence se imerge no domínio dos tempos até às antigas Saturnais romanas – celebração em honra de Saturno, Deus das sementeiras. Procura-se acalmar a ira dos Céus e garantir favores de uma boa colheita. Nesses tempos idos da agricultura de subsistência, a diferença entre a vida e a morte quase se cingia à dimensão da lavra. E a dupla máscara acentua a relação, ao lembrar uma das duas importantes divindades romanas: Jano Deus do passado e do futuro e também do presente, senhor dos portões e entrada, da guerra e da paz e dono de todos os princípios. O filho de Apolo, que um dia partilhou o trono com Saturno e conjuntamente civilizaram os habitantes de Itália, levando-os a tal prosperidade que ao reinado chamaram era de ouro, é geralmente representado com duas caras por ser do passado e do futuro, e principalmente, por ser símbolo do SOL, que aparece de manhã e se esconde à noite. A antiguidade e originalidade desta tradição, cheia de cor e som e a vontade das gentes de Podence, em preservar estas figuras, fizeram dos caretos personagens famosas para lá dos limites da aldeia... e são cada vez mais frequentes os convites a este grupo etnográfico para deslocações a vários pontos do país e do estrangeiro.
Os caretos usam máscaras rudimentares, onde sobressai o nariz pontiagudo, feitas de couro, madeira ou de vulgar latão, pintadas de vermelho, preto, amarelo, ou verde. A cor é também um dos atributos mais visíveis das suas vestes: fatos de colchas franjados de lã vermelha, verde e amarela, com enfiadas de chocalhos à cintura e bandoleiras com campainhas. Da sua indumentária, faz também parte um pau que os apoia nas correrias e saltos.
Dizem fontes que a festa de Podence se imerge no domínio dos tempos até às antigas Saturnais romanas – celebração em honra de Saturno, Deus das sementeiras. Procura-se acalmar a ira dos Céus e garantir favores de uma boa colheita. Nesses tempos idos da agricultura de subsistência, a diferença entre a vida e a morte quase se cingia à dimensão da lavra. E a dupla máscara acentua a relação, ao lembrar uma das duas importantes divindades romanas: Jano Deus do passado e do futuro e também do presente, senhor dos portões e entrada, da guerra e da paz e dono de todos os princípios. O filho de Apolo, que um dia partilhou o trono com Saturno e conjuntamente civilizaram os habitantes de Itália, levando-os a tal prosperidade que ao reinado chamaram era de ouro, é geralmente representado com duas caras por ser do passado e do futuro, e principalmente, por ser símbolo do SOL, que aparece de manhã e se esconde à noite. A antiguidade e originalidade desta tradição, cheia de cor e som e a vontade das gentes de Podence, em preservar estas figuras, fizeram dos caretos personagens famosas para lá dos limites da aldeia... e são cada vez mais frequentes os convites a este grupo etnográfico para deslocações a vários pontos do país e do estrangeiro.
8 Comments:
Um Carnaval mais simples mas com sabor a Portugal ...!
Longe da musica brasileira e das suas influencias ...!
Bjks da Matilde e Cª!
( Tu e eu, está visto. Se vou contar tudo, , ). Espero ke esteja mesmo tudo bem. Bjiku Rosário e abraciku.
De encontrões vive também o Carnaval de Cabanas de Viriato,
onde a «dança dos cus» mantém viva
uma tradição nascida em 1865.
E, uma foto da minha Catarina, vestida de palhacito.
Convido-te para espreitares a minha «palhacita»!
A avó comprou os vários tecidos a metro e foi confeccionado a olho, para no dia, ser uma surpresa para a neta, que adorou...
BOM CARNAVAL.
Olá, Rosário,
O Carnaval já se foi (embora por cá continue durante todo o ano).
Adoro os Caretos. Trás-os-Montes tem características únicas, cujas potencialidades turísticas poderão ser (e serão, acredito) muito bem aproveitadas.
A conjugação das cores utilizadas deixam-nos maravilhados.
Deixo-te o desejo de uma boa semana (e que o vestido tenha ficado 5*).
Bjico ancho
Sempre a aprender...
Um beijo
Daniel
No domingo, passei por Podence e pude vê-los em acção. Por um triz não fui chocalhada!
Ora bem!!
Isto é que é carnaval à portuguesa.
Que trajes lindos!
Infelizmente estes festejos começam a ficar plastificados pelas exigências dos 'turismos' e dos 'comércios'. Trás-os-Montes tem (tinha) várias festarolas populares centradas nos caretos, desde o Natal (começavam no dia de Santo Estevão, a 26 de Dezembro) e iam até à Páscoa (sábado de Ramos, em Lazarim).
Mas é sempre gratificante rememoriar estas tradições!...
Abraços
Impressoes
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